O ensino por investigação e a integração dos componentes curriculares de ciências e língua portuguesa nas oficinas pedagógicas dos anos iniciais do ensino fundamental: um estudo de caso de uma escola de educação integral de Londrina

Autores

  • Maria Regina da Costa Sperandio Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
  • Marta Regina Nazário Secretaria Municipal de Educação - Londrina
  • Givan José Ferreira dos Santos Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) https://orcid.org/0000-0003-4104-9313
  • Zenaide de Fátima Dante Correia Rocha Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) https://orcid.org/0000-0002-1489-6245

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-7939.2017v2n2p189

Palavras-chave:

Educação Integral, Ensino de Ciências, Ensino de Língua Portuguesa, Aprendizagem Baseada em Problemas, Formação Continuada

Resumo

Este estudo objetiva investigar em que momento o ensino por investigação possibilita a integração dos componentes curriculares de Ciências e Língua Portuguesa nas oficinas pedagógicas em uma escola de Educação Integral. Para isso, realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. A partir de um curso de formação continuada investigou-se a ação pedagógica de uma professora e verificaram-se os momentos que demarcam o processo investigativo e a integração dos componentes curriculares de Ciências e Língua Portuguesa, envolvendo as diferentes linguagens. Por meio de estudos fundamentados em publicações do National Research Council - NRC (1996; 2000); Carvalho (2013); Campos e Nigro (1999); Azevedo (2004); e Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002), delineia-se o ensino de Ciências por investigação com os momentos pedagógicos, organizados em: estudo da realidade, proposição do problema, levantamento de hipóteses, atividades interativas, sistematização do conhecimento, aplicação do conhecimento e apresentação da ação investigativa. Os estudos demonstraram que durante a ação da educadora com seus alunos das oficinas pedagógicas, nos momentos do ensino de Ciências por investigação, essa integração foi se consolidando desde o estudo da realidade, sendo mais evidente na sistematização do conhecimento, até chegar à apresentação da ação investigativa. Dessa forma, identificam-se os momentos de estudo da realidade e sistematização do conhecimento como aqueles em que pode ocorrer a integração dos componentes curriculares no ensino por investigação, evidenciando-se assim uma ação investigativa que pode contribuir para introduzir o discente nos diferentes modos de comunicação e consolidação das aprendizagens nas diferentes linguagens.

Biografia do Autor

Maria Regina da Costa Sperandio, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

Mestre em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza pela UTFPR – Campus Londrina. Apoio Pedagógico de Educação Integral/Ciências da Rede Municipal de Ensino de Londrina – Paraná.

Marta Regina Nazário, Secretaria Municipal de Educação - Londrina

Graduada em Pedagogia pela UEL. Docente da Rede Municipal de Ensino de Londrina – Paraná.

Givan José Ferreira dos Santos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

Doutor em Estudos da Linguagem pela UEL. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino Ciências Humanas, Sociais e da Natureza da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Londrina. 

Zenaide de Fátima Dante Correia Rocha, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

Doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino Ciências Humanas, Sociais e da Natureza e em Educação Matemática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Londrina.

Referências

AZEVEDO, M. C. P. S. Ensino por investigação: problematizando as atividades em sala de aula. In: CARVALHO, A. M. P. (Org.). Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. p. 19-33.

BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.

BYBEE, R. W. Teaching science as inquiry. In: MINSTRELL, J.; VAN ZEE, E. H. Inquiring into inquiry learning and teaching in science. Washington: American Association for the Advancement of Science, 2000. p. 20-46.

CAMPOS, M. C. C.; NIGRO, R. G. Didática de ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: FTD, 1999.

CAPPECHI, M. C. V. M. Problematização no ensino de ciências. In: CARVALHO, A. M. P. de. (Org.). Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013. p. 21-39.

CARVALHO, A. M. P. Introduzindo os alunos no universo das ciências. In: WERTHEIN, J.; CUNHA, C. da. (Org.). Ensino de ciências e desenvolvimento: o que pensam os cientistas. 2. ed. Brasília: UNESCO, Instituto Sangari, 2009. p. 71-78. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001859/185928por.pdf. Acesso em: 10 set. 2016.

CARVALHO, A. M. P. O ensino de ciências e a proposição de sequências de ensino investigativas. In: CARVALHO, A. M. P. (Org.). Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013. p. 1-20.

CAVALIERE, A. M. V. Educação integral: uma nova identidade para a escola brasileira? Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 81, p. 247-270, dez. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v23n81/13940.pdf. Acesso em: 10 set. 2016.

COELHO, L. M. C. C. Brasil e escola pública de tempo integral: Por que não? Revista Proposta, Rio de Janeiro, n. 83, p. 50-55, 1999/2000.

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. P. Metodologia do ensino de ciências. São Paulo: Cortez, 1990.

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. P.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

DUSCHL, R. A.; BYBEE, R. W. Planning and carrying out investigations: an entry to learning and to teacher professional development around NGSS science and engineering practices. International Journal of STEM Education, United Kingdom, v. 1, n. 12, 2014. Disponível em: https://stemeducationjournal.springeropen.com/articles/10.1186/ s40594-014- 0012-6. Acesso em: 20 maio 2017.

IMBERNÓN, F. Formação docente profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

LONDRINA. Prefeitura Municipal. Diretrizes pedagógicas: ampliação de jornada escolar. Londrina: Secretaria Municipal de Educação, 2015. Disponível em: http://www.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_educacao/amplia cao_jor/dir_ampliacao_15.pdf. Acesso em: 20 jan. 2016.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: BEZERRA, M. A.; DIONISIO, Â. P.; MACHADO, A. R. Gêneros textuais e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 19-36.

MELLO, S. A. O processo de aquisição da escrita na educação infantil: contribuições de Vygotsky. In: FARIA, A. L. G. de; MELLO, S. A. (Org.). Linguagens infantis: outras formas de leitura. Campinas: Autores associados, 2005. p. 23-40.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Inquiry and the national science education standards: a guide for teaching and learning. Washington DC: National Academy Press, 2000.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL. National science education standards. Washington DC: National Academy Press, 1996.

PADILHA, P. R. Educação integral e currículo intertranscultural. In: MOLL, J. et al. Caminhos da educação integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre: Penso, 2012. p. 189-206.

PAVIANI, N. M. S.; FONTANA, N. M. Oficinas pedagógicas: relato de uma experiência. Conjectura, v. 14, n. 2, p. 77-88, maio/ago. 2009. Disponível em: http://abenfisio.com.br/wp-content/uploads/2016/05/Oficinas-Pedag% C3%B3gicas.pdf. Acesso em: 18 maio 2016.

RODRIGUES, B. A.; BORGES, A. T. O ensino de ciências por investigação: reconstrução histórica. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 11., 2008, Curitiba. Anais... Curitiba, 2008. p. 1-12. Disponível em: . Acesso em: 14 maio 2016.

SANTOS, G. J. F. dos. Produção escolar de textos: parâmetros para um trabalho significativo. 2001. 145 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2001.

SASSERON, L. H. Interações discursivas e investigação em sala de aula: o papel do professor. In: CARVALHO, A. M. P. (Org.). Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013. p. 41-61.

SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Os gêneros escolares: das práticas de linguagem aos objetos de ensino. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2004. p. 61-78.

ZOMPERO, A. F.; LABURÚ, C. E. Atividades investigativas para as aulas de ciências: um diálogo com a teoria da aprendizagem significativa. Curitiba: Appris, 2016.

Downloads

Publicado

14-09-2018

Como Citar

SPERANDIO, Maria Regina da Costa; NAZÁRIO, Marta Regina; SANTOS, Givan José Ferreira dos; ROCHA, Zenaide de Fátima Dante Correia. O ensino por investigação e a integração dos componentes curriculares de ciências e língua portuguesa nas oficinas pedagógicas dos anos iniciais do ensino fundamental: um estudo de caso de uma escola de educação integral de Londrina. Educação em Análise, Londrina, v. 2, n. 2, p. 189–206, 2018. DOI: 10.5433/1984-7939.2017v2n2p189. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/educanalise/article/view/32123. Acesso em: 4 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.