A Inteligência Artificial na escrita acadêmica: ainda existe lugar para o sujeito na escrita?
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2024v9n2p594Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Escrita Acadêmica, SujeitoResumo
O presente ensaio objetiva discorrer sobre a IA e suas implicações diante da escrita acadêmica de pós-graduandos em educação. Questiona-se: em que o avanço da IA transforma os desafios de pós-graduandos na escrita? Qual será o lugar desses sujeitos nas novas configurações da escrita acadêmica? Utilizamos centralmente os conceitos freireanos de situação-limite, atos-limite e inédito viável para explicitar a superação de limites por parte de sujeitos implicados na experiência educacional. Também dialogamos com a literatura especializada envolvendo escrita acadêmica e inteligência artificial na educação. Por fim, constatamos a complexidade da temática e reforçamos que, independentemente da forma de uso da IA na escrita acadêmica, não se deve apagar dela o sujeito e sua experiência. Tal apagamento do sujeito acarretaria uma desconfiguração completa da autoria e da educação como processo transformador e coletivo.
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