Pertencimento à escola: sentidos atribuídos por alunos do ensino fundamental II
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2018v3n1p133Palavras-chave:
Desenvolvimento Humano, Educação Escolar, Contexto da Educação, Interação SocialResumo
Ancorado na perspectiva Bioecológica do Desenvolvimento Humano (Urie Bronfenbrenner 1917-2005), o estudo descritivo objetivou analisar os sentidos de pertencimento à escola, atribuídos por alunos do Ensino Fundamental II com histórico de reprovação, de uma escola pública paranaense. Participaram 19 alunos (6º ao 9º ano de 11 a 15 anos). O estudo, de abordagem qualitativa, teve como instrumentos investigativos: entrevista semiestruturada e produção de representações pictóricas com legendas. Os resultados constituíram três categorias: 1) Representação de escola como espaço de acolhimento (11 participantes) ou aversividade (8 participantes); 2) Relação com outros alunos: pertencimento (14 participantes) ou exclusão (5 participantes); 3) Relação com professores: relacionamento amistoso (13 participantes) ou dificultoso (6 participantes). Considerando-se que os eventos vividos na escola se integram aos demais microssistemas de desenvolvimento do aluno, por processos contextualmente produzidos, o pertencimento do aluno à escola e os sentidos que desenvolve o afetam para além do contexto escolar. Observou-se, portanto, a escola como microssistema produtor de um conjunto de significados que vincula o sentido de pertencimento à escola e ao saber científico. Compreender de modo integrado os vários elementos que constituem o microssistema escolar possibilita a elaboração de práticas e políticas educacionais que enfrentem situações desfavoráveis ao aprender e favoreçam sentidos positivos acerca da Escola.Downloads
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