Por uma educação transgressora: sobre racismo, saúde mental e Educação
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2025.v10.52601Palavras-chave:
Educação, Saúde mental, RacismoResumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a saúde mental no meio acadêmico frente a um Estado neoliberal. Para isso, utilizou-se a metodologia de revisão integrativa, com base em pesquisas dos Estudos Culturais e suas interfaces com o racismo, a saúde mental e as instituições de ensino. As inquietações surgem ao considerar a saúde mental como um conceito político, que envolve fatores estruturais da sociedade, e ao compreender as instituições educacionais como espaços fundamentais para a promoção da saúde — ainda que possam também se tornar ambientes adoecedores ao reproduzirem a lógica neoliberal e hegemônica (da cisgeneridade, heteronormatividade, superioridade branca e elitista) presente no tecido social. Nesse sentido, busca-se compreender o papel que o meio acadêmico exerce na saúde mental. Ao final, o texto apresenta provocações e um convite à escrita sobre as transformações nesses ambientes, à luz de pensadoras do feminismo negro.
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