Porque eles (elas) não abriram as câmeras? Reflexões sobre as aulas síncronas no Ensino Remoto Emergencial
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2023v8n1p98Palavras-chave:
Ensino Remoto Emergencial, Abertura de Câmeras. Ensino superior.Resumo
A pandemia chegou ao Brasil no início do ano de 2020, exigindo assim, que as aulas fossem ministradas em diversos formatos, entre eles, o uso de plataformas para acompanhamento e aulas por meio de videoconferência. As aulas passaram de presenciais em salas físicas para salas on-line. Entretanto, dentre as diversas dificuldades encontradas, uma causou grandes críticas dos professores, a “não abertura de câmeras” pelos estudantes. Desse modo, o presente estudo tem como objetivo compreender a visão dos estudantes no que se refere a abertura de câmeras no decorrer do ERE (Ensino Remoto Emergencial) e identificar quais as principais causas não desveladas para a grande quantidade de estudantes não abrirem as câmeras no decorrer das aulas. O estudo em questão, de abordagem qualitativa, teve como fonte de dados um questionário on-line enviado de forma conveniente a estudantes do Ensino Superior de várias instituições brasileiras (públicas e privadas) por meio da plataforma Google Formulários. Ao todo, responderam o instrumento 269 estudantes. Os resultados apontam diversas justificativas para a não abertura das câmeras como: falta de privacidade, ambiente inadequado, falta de obrigatoriedade e equipamentos e rede inadequados para o ERE. Os dados revelam que os estudantes tiveram muitas dificuldades nesse formato de estudo, e muitas delas não se referem exatamente às especificidades das aulas remotas síncronas mediadas pelas tecnologias, mas pelas próprias condições de vida dos estudantes. Assim, a análise aponta que as mudanças da sala de aula presencial para a sala virtual implicaram não só em mudanças pedagógicas ou estratégicas didáticas, mas em alterações profundas no modo de ser e estar em uma sala on-line.
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