A compreensão do tempo histórico: um estudo com alunos portugueses do 6º ano sobre os conceitos de cronologia e mudança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-7939.2020v5n1p31

Palavras-chave:

Tempo histórico, Pensamento histórico, Compreensão temporal, Mudança, Cronologia.

Resumo

Este artigo apresenta-se como um contributo para o entendimento do modo como as crianças compreendem o tempo histórico e resulta de um estudo empírico, predominantemente qualitativo e interpretativo, desenvolvido com alunos do 6º ano do ensino básico, em Portugal. Nesta investigação procurou-se averiguar as ideias e noções de temporalidade dos alunos a partir da ordenação de acontecimentos e da construção de uma narrativa, ambos subordinados ao conteúdo programático O 25 de abril de 1974. Procedeu-se a uma análise de dados quantitativa e qualitativa, na qual as respostas dos alunos foram categorizadas em função de níveis de pensamento diferenciados. Os resultados demonstram que os alunos deste nível de ensino compreendem e utilizam conceitos de tempo complexos na aprendizagem da História, nomeadamente relacionados com a cronologia e a mudança.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Anabela Costa, Ministério da Educação de Portugal

Professora do 2º Ciclo do Ensino Básico. Ministério da Educação.

Glória Solé, Universidade do Minho (UM)

Professora Auxiliar da Universidade do Minho.

Referências

BARCA, I. History and temporal orientation: the views of Portuguese-speaking students. In: CHAPMAN, A.; WILSCHUT, A (ed.). Joined-up history: new directions in history education research. Charlotte, NC: Information Age Publishing, 2015. p. 13-35.

BARTON, K. C. Oh, that’s a Tricky Piece!: Children Mediated Action, and the Tools of Historical Time. The Elementary School Journal, Chicago, v. 37, n. 1, p. 89-106, 2002.

BARTON, K. Helping students make sense of historical time. Primary history, Londres, v. 37, p. 13-14, 2004.

BARTON, K. Back when God was around and everything: elementary children´s understanding of historical time. In: LEVSTIK, L.; BARTON, K. Researching history education. New York: Routledge, 2008. p. 71-107.

BRAUDEL, F. História e ciências sociais. Lisboa: Editorial Presença, 1990.

CARRETERO, M.; IGNÁCIO, J.; ASENSIO, M. La enseñanza de las ciencias sociales. Madrid: Visor, 1989.

COOPER, H. Didáctica de la historia en la educación infantil y primaria. Madrid: Ediciones Morata, 2002.

DOWNEY, M.; LEVSTIK, L. Teaching and learning history. In: SHAVER, J. P. (ed.) Handbook of research on social studies teaching and learning. New York: Macmillan, 1991. p. 400-410.

DOMÍNGUEZ, J. Pensamiento histórico y evaluación de competencias. Barcelona: Editorial GRAÓ, 2015.

WALDY FILHO; PELLANDA, N. Estudar e viver a história: um olhar complexo sobre o estudo do passado. Educação em Análise, Londrina, v. 2, n. 1, p. 147-164, Jan./jun. 2017. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/educanalise/article/view/30620. Acesso em: 20 dez. 2019.

GROOT-REUVEKAMP, M.; VAN BOXTEL, C.; ROS, A.; HARNETT, P. The understanding of historical time in the primary history curriculum in England and the Netherlands, Journal of Curriculum Studies, Basingstoke, v. 46, n. 4, p. 487-514, 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/00220272.2013.869837. Acesso em: 15 jul. 2019.

HODKINSON, A. Historical time and the national curriculum. Teaching History, Londres, n. 79, p. 18-20, abr. 1995.

HODKINSON, A. Children's developing conceptions of historical time: analysing approaches to teaching, learning and research. 2003. Tese (Doutorado) - University of Lancaster, Lancaster, 2003. Não publicada.

JAHODA, G. Children's concepts of time and history. Educational Review, Edinburgh, v. 15, n. 287, p. 87-104, 1963.

LEE, P. Historical knowledge and the national curriculum. In: BOURDILLON, H. (ed.). Teaching history. London: Routledge, 1994. p. 41-47.

MATTOZZI, I. Obiettivo: formare il senso del tempo: per un curricolo verticale di educazione alle temporalità. Scuola Viva, [S. l.], n. 10/11, nov. 1990. Disponível em http://www.irre.toscana.it/multiverso/risorse/tavola/ivo_mattozzi_2.htm. Acesso em: 15 jul. 2019.

MIGUEL-REVILLA, D.; SANCHEZ-AGUSTI, M. Conciencia historica y memoria colectiva: marcos de analisis para la educacion historica. Revista de Estudios Sociales, Andes, n. 65, p. 113-125, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.7440/res65.2018.10. Acesso em: 15 jul. 2019.

OAKDEN, E. C.; STURT, M. The development of the knowledge of time in children. British Journal of Psychology, London, v. 12, n. 4, p. 309-355, 1922.

PAGÈS, J.; SANTISTEBAN, A. La enseñanza del tiempo histórico: una propuesta para superar viejos problemas. In: GARCÍA, T. S. M. (coord.). Un currículum de ciencias sociales para el siglo XXI: qué contenidos e para qué. Sevilla: Díada Editora, 1999. p. 187-208.

PAGÈS, J. Conciencia y tiempo histórico. Perspectiva escolar, Barcelona, n. 332, p. 2-8, 2009. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2899408. Acesso em: 20 dez. 2019.

PAGÈS, J.; SANTISTEBAN, A. La enseñanza y el aprendizaje del tiempo histórico en la educación primaria. Cad. Cedes, Campinas, v. 30, n. 82, p. 281-309, set./dez. 2010. Disponível em: https://www.cedes.unicamp.br/. Acesso em: 20 dez. 2019.

PATRIARCA, L.; ALLEMAN, J. Studying time: a cognitive approach. Social Education, Maryland, v. 51, n. 4, p. 273-277, abr./maio 1987.

PIAGET, J. A noção de tempo na criança. Rio de Janeiro: Editora Record, 1946.

PROENÇA, M. C. Ensinar/aprender história: questões de didáctic aplicada. Lisboa: Livros Horizonte, 1990.

RÜSEN, J. Making sense of time: toward a universal typology of conceptual foundations of historical consciousness. In: RÜSEN, J. (ed.). Time and history: the variety of cultures. New York: Berghahn Books, 2007. p. 7-18.

RÜSEN, J. A função didática da história: a relação entre a didática da História e a (meta) História. In: SCHMIDT, M. A.; MARTINS, E. R. (ed). Jörn Rüsen: contribuições para uma teoria da didática da história. Curitiba: W. A. Editores, 2016a. p. 14-42.

RÜSEN, J. O que é a cultura?: reflexões sobre uma nova maneira de abordar a história. In: SCHMIDT, M. A.; MARTINS, E. R (ed.). Jörn Rüsen: contribuições para uma teoria da didática da história. Curitiba: W.A. Editores, 2016b. p. 54-81.

SACRISTÁN, M. A. Recursos y técnicas para la comprensión del tiempo en educación primaria. 2012. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Valladolid, Espanha, 2012.

STOW, W.; HAYDN, T. Issues in the teaching of chronology. In: ARTHUR, J.; PHILIPHS, R. (ed.). Issues in history teaching. London: Routledge Falmer, 2004. p.83-97.

SOLÉ, G. A história no 1.º ciclo do ensino básico: a concepção do tempo e a compreensão histórica das crianças e os contextos para o seu desenvolvimento. 2009. Tese (Doutorado) - Universidade do Minho, Braga, Portugal, 2009.

SOLÉ, G. A compreensão do tempo e do tempo histórico pelas crianças: um estudo de caso com alunos portugueses do 1º. CEB. Diálogos, Mato Grosso, v. 19, n. 1, p. 143-179, 2015. Disponível em http://www.uem.br/dialogos/index.php?journal=ojs&page=issue&op=current. Acesso em: 15 maio 2019.

STRAUSS, A.; CORBIN, J. Basics of qualitative research: grounded theory, procedures and techniques. Newbury Park: Sage Publications, 1990.

THORNTON, S. J.; VUKELICH, R. Effects of children´s understanding of time concepts on historical understanding. Theory and Research in Social Education Winter, [Maryland], v. 16, n. 1, p. 69-82, 1988.

VUKELICH, R.; THORNTON, S. J. Children's understanding of historical time: implications for Instruction. Childhood Education, Wheaton, v. 67, n. 1, p. 22-25, 1990.

WILSCHUT, A. A forgotten key concept?: time in teaching and learning history. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF HISTORICAL SCIENCES, 21., 2010, Amsterdam. Anais […]. Amsterdam: University of Applied Sciences, 2010. p. 1-24.

WOOD, Sydney. Development an understanding of time-sequencing issues. Teaching History, Londres, v. 79, p. 11-14, 1995.

Downloads

Publicado

15-07-2020

Como Citar

COSTA, A.; SOLÉ, G. A compreensão do tempo histórico: um estudo com alunos portugueses do 6º ano sobre os conceitos de cronologia e mudança. Educação em Análise, Londrina, v. 5, n. 1, p. 31–56, 2020. DOI: 10.5433/1984-7939.2020v5n1p31. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/educanalise/article/view/40184. Acesso em: 28 abr. 2024.