Sentimentos de injustiça e suicídio: a dimensão ética e política do luto de jovens estudantes
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2025.v10.53514Palavras-chave:
Ensino Médio, Luto, Injustiça, Jovens estudantes, SuicídioResumo
O suicídio de um colega de escola constitui um acontecimento disruptivo que ultrapassa as explicações individuais e exige ser pensado em sua densidade afetiva, ética e política. Este artigo propõe compreender os sentimentos de injustiça que emergem entre estudantes do ensino secundário durante o processo de luto. Apresentam-se os resultados de um estudo qualitativo realizado em duas escolas situadas em áreas urbanas periféricas da Província de Buenos Aires, Argentina. A análise dos testemunhos permite afirmar que a morte de um par geracional é vivida como um desfecho inadmissível, associado a condições estruturais de violência e desamparo que violam o direito à vida e a promessa de um futuro. Diante dessa perda significativa, os jovens desenvolvem ações coletivas orientadas não apenas à restituição da dignidade negada da vítima, mas também a si mesmos, enquanto agentes capazes de ressignificar o vivido, comprometer-se com o sofrimento alheio e resistir ao esquecimento.
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