Mulheres negras cotistas da Universidade Estadual do Paraná: escrevivências e percursos formativos
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2025.v10.52452Palavras-chave:
Educação, Cotas raciais, Cartas pedagógicas, Mulheres negrasResumo
O objetivo deste estudo foi analisar, a partir das trajetórias de estudantes cotistas de uma Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), relatos em cartas pedagógicas sobre as experiências vivenciadas por essas alunas e as ações pedagógicas promovidas pela instituição por meio das cotas raciais. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, utilizando a produção de cartas pedagógicas como método. Esta investigação faz parte de um recorte da tese de doutorado em educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Foram convidados(as) a participar estudantes cotistas de qualquer semestre ou ano de um dos cursos de graduação oferecidos em um dos sete campi da UNESPAR. O convite foi enviado a 1.250 pessoas, das quais 37 responderam ao questionário e 8 graduandos(as) contribuíram com cartas pedagógicas. Destas, foram selecionadas apenas as cartas de estudantes de licenciatura para este recorte, totalizando quatro mulheres estudantes de licenciatura, pois as cartas pedagógicas abordam diretamente questões educacionais, refletindo sobre as desigualdades e desafios enfrentados pelas cotistas. O estudo aponta a necessidade de continuidade nas políticas públicas de inclusão, formação contínua dos(as) docentes e criação de espaços de diálogo sobre diversidade e antirracismo nas universidades, principalmente no magistério, profissão historicamente marcada por desigualdades de gênero e raça.
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