A necessidade de formação docente para a leitura literária: um olhar sobre a construção do negro em Úrsula
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2021v6n2p240Palavras-chave:
Literatura, Formação docente, Leitura crítica, RaçaResumo
O trabalho com a literatura associada a temas importantes na nossa sociedade surge da necessidade de ações que provoquem reflexão e mudança, o que o torna ferramenta didática de repercussão cultural, histórica e temporal para a construção de uma mentalidade que ultrapasse o senso comum e instrumentalize estudantes para se posicionarem perante práticas cidadãs. Nessa perspectiva, este artigo apresenta discussões pertinentes a uma leitura comparativa entre a obra de Maria Firmina dos Reis, “Úrsula” e “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo, ressaltando a importância da formação docente para uma abordagem literária que explore a estilística, mas que reconheça suas potencialidades como reflexo e denúncia da sociedade. Os estudos trouxeram à luz temas presentes em “Úrsula” de Maria Firmina dos Reis e o seu posicionamento como porta-voz na constituição da identidade de uma parcela fundamental do povo e da sociedade, visto ter sido a primeira mulher negra a explorar o território da literatura nacional. Na análise de “Úrsula”, tornou-se evidente a preocupação da autora em conceder um ambiente, no qual a voz do negro seja ouvida, para que haja a possibilidade de que ele mesmo conte sua história de maneira jamais vista na Literatura Brasileira. O posicionamento de Firmina em relação a essa parcela fundamental da sociedade brasileira revela uma visão vanguardista e revolucionária que merece ser reconhecida e explorada por pesquisas e estudos.Downloads
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