Corpos potentes que veem, corpos freaks que são vistos: análises sobre um corpo modificado e não-binário
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2021v6n1p9Palavras-chave:
Esquizoanálise, Estudos de Gênero, Teoria Queer.Resumo
O presente artigo investe na análise de uma entrevista realizada no ano de 2014 (durante a pesquisa de doutoramento do entrevistador) e analisada e escrita conjuntamente com a entrevistade em 2019 (após seis anos). No processo polifônico foi salientada a experiência do próprio corpo de Thi Angel, performer art, professore de História de uma escola pública periférica de Osasco-SP, que nas duas últimas décadas pesquisa sobre modificação corporal (bodymodification) e os diferentes usos do corpo. Thi Angel aponta como a trajetória de suas modificações corporais caminhava junto com o ativismo pelos direitos sexuais e reprodutivos, direitos humanos e dos animais, sua conexão com o veganismo e a arte de performar. Durante a primeira entrevista, Thi Angel narra sua estilística de existência e as escritas e marcas construídas em seu corpo por meio da arte performática, como também traz as dificuldades de baixa visão devido à doença Ceratocone, desde os 14 anos, e a emergência de transplantes em ambos os olhos. Já em 2019, o reencontro para essa escrita polifônica relembra e anuncia as ocorrências vividas após 6 anos. O posicionamento cartográfico foi o suporte e conexão com o mundo para a realização das análises dos acontecimentos e das entrevistas que foram audiogravadas e transcritas na íntegra. Para a elaboração de tais análises recorremos às epistemes teórico-metodológicas da Filosofia da Diferença, da Teoria Queer, da Teoria Crip e dos Estudos de Gênero.
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