Em que circunstâncias os estudantes do Ensino Médio justificam o uso da violência na solução de conflitos?
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2025.v10.52057Palavras-chave:
Violência, Conflitos, Ensino Médio, Espaço escolar, Justiça restaurativaResumo
A violência reflete questões socioeconômicas e culturais, tornando-se uma preocupação crescente no Brasil. O presente estudo investigou grupos de estudantes de Curitiba-PR com o propósito de analisar como eles interpretam e justificam o uso da violência, principalmente para resolução de conflitos, assim como, abordar a relevância das práticas restaurativas como alternativa não violenta no manejo dos conflitos. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa-ação, com dados obtidos através de grupos focais entre os estudantes do Ensino Médio do CE Teobaldo Kletemberg. Também foi realizada a aplicação de questionário fechado e com perguntas abertas junto aos estudantes do CE Protásio de Carvalho. Por meio dos dados coletados, foi possível observar como a violência está intensamente inserida no ambiente escolar. As narrativas dos estudantes apontaram que seus envolvimentos em conflitos são influenciados por emoções. Logo, a dificuldade de comunicar seus sentimentos durante uma discussão podem levá-los a expressarem fisicamente as emoções, por meio da agressão. Neste contexto, a Justiça Restaurativa surge como alternativa, promovendo diálogo, reflexão e aproximação entre vítima e ofensor em relação à composição pacífica de conflitos no espaço escolar.
Downloads
Referências
ANDREUCCI, Álvaro Gonçalves Antunes; FELÍCIO, Claúdia João. Os círculos restaurativos como instrumento de mediação dos conflitos nas escolas: a construção de uma nova cultura jurídica. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, Pouso Alegre, v. 35, n. 1, p. 335-356, 2019. Disponível em: https://revista.fdsm.edu.br/index.php/revistafdsm/article/view/305/259. Acesso em: 11 fev. 2024.
BALDISSERA, Adelina. Pesquisa-ação: uma metodologia do “conhecer” e do “agir” coletivo. Sociedade em Debate, [Pelotas], v. 7, n. 2, p. 5-25, 2012. Disponível em: https://revistas.ucpel.edu.br/rsd/article/view/570. Acesso em: 10 dez. 2024.
BARBOUR, Rosaline. Grupos focais: coleção pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman Editora, 2009. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=iwav7cXD4YwC&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false. Acesso: 4 fev. 2025.
BARONI, Mariana Custódio de Souza. Justiça restaurativa na escola: trabalhando as relações sociomorais. 2011. 176 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/531b1ba5-07ed-4dcf-aca0-1b99cb741c82/content. Acesso em: 22 jul. 2024.
BONAMIGO, Irme Salete. Violências e contemporaneidade. Revista Katálysis, Florianópolis, v.11, n.2, p. 204-213, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rk/a/HwMmgkb6Q35rBwwMCfhtqMw/?format=pdf. Acesso em: 11 fev. 2024.
CHRISPINO, Álvaro. Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de mediação. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 15, n. 54, p. 11-28, 2007. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362007000100002&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 19 jul. 2024.
CRUZ NETO, Otávio; MOREIRA, Marcelo R; SUCENA, Luiz F. M. Grupos focais e pesquisa social qualitativa: o debate orientado como técnica de investigação. [Campinas: Unicamp, 2002]. Disponível em: https://www2.fct.unesp.br/docentes/geo/necio_turra/PESQUISA%20EM%20GEOGRAFIA/Grupos%20Focais%20e%20Pesquisa%20Social%20Qualitativa_o%20debate%20orientado%20como%20t%E9cnica%20de%20investiga%E7%E3o.pdf. Acesso em: 6 fev. 2024.
DIAS, Clara Celina Ferreira. Justiça restaurativa nas escolas públicas: uma alternativa para mediação de conflitos. In: CONGRESSO INTERNACIONAL UMA NOVA PEDAGOGIA PARA A SOCIEDADE FUTURA, 2., 2016, Polêsine. Anais [...]. Polêsine: Fundação Antonio Meneghetti e Faculdade Antonio Meneghetti, 2016. p. 178-186. Disponível em: https://ciodh.emnuvens.com.br/novapedagogia/article/view/155/176. Acesso em: 22 jul. 2024.
FACHINETTO, Rochele Fellini. Juventude e violência: Onde fica o jovem numa sociedade “sem lugares?” In: ALMEIDA, Maria da Graça Blaya (org). A violência na sociedade contemporânea. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010. p. 60-72.
LEITE, Ana Maria Alexandre. Escola, juventude e violência. Revista Morpheus - Estudos Interdisciplinares Em Memória Social, Rio de Janeiro, v. 5 n. 8, p. 1-9, 2006. Disponível em: https://seer.unirio.br/morpheus/article/view/4766. Acesso em: 17 jul. 2024.
MACHADO, Cláudia; BRANCHER, Leoberto; TODESCHINI, Tânia Benedetto (org.). Manual de práticas restaurativas. Porto Alegre: AJURIS, 2008. 44 p. Disponível em: https://feccompar.com.br/wp-content/uploads/2023/05/praticares.pdf. Acesso em: 4 fev. 2025.
MAIA, José Antonio; PALOMO, Lúcia Mara. "SIC". Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 58, n. 1, p. 8–9, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ramb/a/Kb8PqgBCLgDdXSWhkCcSSFs/#top. Acesso em: 7 fev. 2025.
PINO, Angel. Violência, educação e sociedade: um olhar sobre o Brasil contemporâneo. Educação & Sociedade, São Paulo, v. 28, n. 100, p. 763–785, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/Fcw4BTVQtGJKZTcky7Y5hzx/abstract/?lang=pt. Acesso em: 27 fev. 2024.
THIOLLENT, Michel. Metodologia de Pesquisa-Ação. São Paulo: Cortez, 2002.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Francieli Oliveira Carvalho de Souza, Cezar Bueno de Lima, Vitória Harue Nakayama Fernandes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos publicados na Revista Educação em Análise estão sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, garantindo Acesso Aberto. Deste modo, os autores mantêm os direitos autorais de seus trabalhos e, em caso de republicação, solicita-se que indiquem a primeira publicação nesta revista. Essa licença permite que qualquer pessoa leia, baixe, copie e compartilhe o conteúdo, desde que a devida citação seja feita. Além disso, autoriza a redistribuição, adaptação e criação de obras derivadas em qualquer formato ou meio, incluindo uso comercial, desde que a atribuição à revista seja mantida.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.