Do problema do essencialismo a outra maneira de se fazer política: retomando o potencial transformador das políticas de diferença
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2010v15n2p166Palavras-chave:
Políticas de diferença, Essencialismo, Desigualdades de gênero, Iris Marion Young, Anne PhillipsResumo
Este artigo visa retomar e fazer uma avaliação crítica do debate sobre as políticas de diferença travado entre teóricas políticas feministas de tradição liberal. Após explicitar as estratégias apontadas nesse debate para tentar legitimar a politização de sujeitos coletivos em face do problema do essencialismo, argumenta-se que o excessivo foco na relação entre essencialismo e conceitualização de grupos sociais ofuscou o vínculo do projeto de politização de diferenças com o questionamento do próprio fazer político. Assim, sob a perspectiva de que a politização de diferenças está transformando – e não inviabilizando – o funcionamento da comunidade política e a possibilidade de efetiva justiça social, avalia-se como os projetos políticos de Anne Phillips e Iris Marion Young evidenciam novos caminhos para reconfigurar a esfera política de uma maneira transformadora das desigualdades estruturais.Downloads
Referências
BARRY, Brian. Second thoughts: and some first thoughts revived. In: KELLY, Paul (org.). Multiculturalism reconsidered. Cambridge: Polity, 2002. p. 204-38.
BENHABIB, Seyla. The liberal imagination and the four dogmas of multiculturalism. The Yale Journal of Criticism, Baltimore, v. 12, n. 2, p. 401-413, 1999.
BENHABIB, Seyla. (org.). The claims of culture: equality and diversity in the global era. Princeton: Princeton University Press, 2002.
BRAIDOTTI, Rosi. Nomadic subjects: embodiment and sexual difference in contemporary feminist theory. New York: Columbia University Press, 1994.
FUSS, Diana. Essentially speaking: feminism, nature and difference. London: Routledge, 1989.
GOLDFINGER, Johnny; JAMES, Michael R. Rethinking social group perspective. In: ANNUAL MEETING OF THE AMERICAN POLITICAL SCIENCE ASSOCIATION, 2005, Washington.
KYMLICKA, Will. Multicultural citizenship. Oxford: Oxford University Press, 1996.
LLOYD, Moya. Beyond identity politics: feminism, power & politics. London: Sage, 2005.
MIGUEL, Luis Felipe. Perspectivas sociais e dominação simbólica: a presença política das mulheres entre Iris Marion Young e Pierre Bordieu. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 18, n. 36, p. 25-49, 2010.
MOI, Toril. What is a woman? and other essays. Oxford: Oxford University Press, 1999.
PHILLIPS, Anne. Universal pretentions in political thought. In: BARRETT, Michèle; PHILLIPS, Anne (org.). Destabilizing theory: contemporary feminist debates. Cambridge: Polity, 1992. p. 10-30.
PHILLIPS, Michèle Anne. Democracy and difference. Cambridge: Polity, 1993.
PHILLIPS, Michèle Anne. The politics of presence: the political representation of gender, ethnicity and race. Oxford: Oxford University Press, 1995.
TAYLOR, Charles. The politics of recognition. In: GUTMANN, A. (org.). Multiculturalism and ‘the politics of recognition’. Princeton: Princeton University Press, 1992. p. 25-73.
WELDON, S. Laurel. Difference and social structure: Iris Young’s critical social theory of gender. Constellations, Oxford, v. 14, n. 2, p. 280-88, 2007.
YOUNG, Iris Marion. Polity and group difference: a critique of the ideal of universal citizenship. Ethics, Washington, v. 99, n. 2, p. 250-274, 1989.
YOUNG, Iris Marion. Justice and the politics of difference. Princeton: Princeton University Press, 1990.
YOUNG, Iris Marion. Gender as seriality: thinking about women as social collective. Signs, New Brunswick, v. 19, n. 3, p. 713-738, 1994.
YOUNG, Iris Marion. Communication and the other: beyond deliberative democracy. In: BENHABIB, Seyla (org.). Democracy and difference: contesting the boundaries of the political. Princeton: Princeton University Press, 1996. p. 120-35.
YOUNG, Iris Marion. Ruling norms and the politics of difference: a comment on Seyla Benhabib. The Yale Journal of Criticism, Baltimore, v. 12, n. 2, p. 415-421, 1999.
YOUNG, Iris Marion. Inclusion and democracy. Oxford: Oxford University Press, 2000.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais relativos aos artigos publicados em Mediações são do(a)s autore(a)s; solicita-se aos(às) autore(a)s, em caso de republicação parcial ou total da primeira publicação, a indicação da publicação original no periódico.
Mediações utiliza a licença Creative Commons Attribution 4.0 International, que prevê Acesso Aberto, facultando a qualquer usuário(a) a leitura, o download, a cópia e a disseminação de seu conteúdo, desde que adequadamente referenciado.
As opiniões emitidas pelo(a)s autore(a)s dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.