Estudar e viver a história: um olhar complexo sobre o estudo do passado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-7939.2017v2n1p147

Palavras-chave:

História, Educação, Complexidade, Ensino de História

Resumo

O estudo das teorias da complexidade foi de fundamental importância para desencadear uma pesquisa sobre o processo de cognição e de subjetivação dos alunos e professores participantes de uma vivência denominada Aulão de História – Dia Mundial do Rock (AH-DMR), ambiente pedagógico organizado em uma escola de educação básica no estado do Rio Grande do Sul desde o ano de 2008. Tendo como ponto de partida o entrelaçamento da perspectiva da complexidade (MORIN, 2013), da Biologia da Cognição (MATURANA e VARELA, 2011), do estudo das narrativas (GONÇALVES, 2002) e da vivência AH-DMR em si, concebida como um ambiente de aprendizagem ruidoso, essa reflexão teve o objetivo de problematizar em que medida estudar História poderia significar viver a História. Essa pesquisa utilizou uma metodologia predominantemente qualitativa e foi fundamentada na existência de uma relação de dinamicidade entre a vivência AH-DMR e o processo de cognição e de subjetivação de seus participantes. De uma forma geral, esse estudo permitiu-me perceber a História como uma ação emocionada e corporalizada sobre o que conhecemos como passado, ao ressignificar o devir histórico e, assim, ampliar o estudo da História sob a ótica da complexidade. Além do mais, operei nessa pesquisa com a percepção de que cada participante do ambiente de aprendizagem AH-DMR, ao estudar o passado e, ao mesmo tempo, vivenciar esse passado, não apenas elaborou uma narrativa sobre esse passado, mas, sobretudo, situou-se a si próprio na História e assumiu também sua autoria sobre a História.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Waldy Luiz Lau Filho, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Mestre em Educação pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Coordenador Pedagógico da escola básica e professor de História do Ensino Médio do Colégio Mauá

Nize Maria Campos Pellanda, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Doutorado em Educação (UFRGS) com doutorado-sanduiche na M.U. (OHIO-USA). Estágio de Pós-doutoramento na Universidade do Minho (PORTUGAL). Professora da UNISC 

Referências

ATLAN, Henri. Entre o Cristal e a Fumaça: ensaio sobre a organização do ser vivo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1992.

BOETTCHER, D. M.; PELLANDA, N. M. C. (Org.). Vivências Autopoieticas. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2010.

BUSTAMANTE, Aarón Grageda. História, Desconstrucionismo e Relativismo: notas para uma reflexão contemporânea. In: SALOMON, Marlon (Org.). História, Verdade e Tempo. Chapecó (SC): Argos, 2011. p. 155-184.

CAPRA, Fritjof; LUISI, P. L. A visão sistêmica da vida: uma concepção unificada e suas implicações filosóficas, políticas, sociais e econômicas. São Paulo: Cultrix, 2014.

FEBVRE, Lucien. Combates pela História. 2. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1985.

GONÇALVES, Óscar F. Psicoterapia cognitiva narrativa. Manual de terapia breve. Bilbao: Desclée de Brouwer, 2002.

HORNÄK, Sara. Espinosa e Vermeer: imanência na filosofia e na pintura. São Paulo: Paulus, 2010.

JULIÃO, José Nicolao. Nietzsche e a Interpretação Niilista da História. In: GUIDO, H.; SAHD, L. F.N. (Org.). Tempo e História no pensamento ocidental. Ijuí: Ed. Unijuí, 2006. p. 231-244.

MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002.

MATURANA, Humberto. Cognição, ciência e vida cotidiana. 2. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014.

MATURANA, Humberto. Transformación em la convivência. Santiago: Dólmen Ediciones, 1999.

MATURANA, Humberto R.; VARELA, Francisco J. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2011.

MORAES, Maria Cândida. Educar na biologia do amor e da solidariedade. Petrópolis: Vozes, 2003.

MORIN, Edgar; ALMEIDA, M. C.; CARVALHO, E. A. (Org.). Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2013.

NEVES, José Luís. Pesquisa Qualitativa – Características, Usos e Possibilidades. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 1, n. 3, p. 1-5, 2. sem., 1996.

NUNES, Silma do Carmo. Concepções de mundo no ensino da História. Campinas: Papirus Editora, 1996.

PELLANDA, Nize Maria Campos. Maturana & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

RANCIÈRE, Jacques. O conceito de anacronismo e a verdade do historiador. In: SALOMON, Marlon (Org.). História, Verdade e Tempo. Chapecó (SC): Argos, 2011. p. 21-49.

THOMPSON, Evan. A mente na vida. Biologia, Fenomenologia e Ciências da Mente. Lisboa: Instituto Piaget, 2007.

VALENTE, José Armando. Prefácio. In: MORAES, Maria Cândida. Educar na biologia do amor e da solidariedade. Petrópolis: Vozes, 2003.

VARELA, Francisco. Conhecer, As Ciências Cognitivas, Tendências e Perspectivas. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.

Downloads

Publicado

03-01-2018

Como Citar

LAU FILHO, Waldy Luiz; PELLANDA, Nize Maria Campos. Estudar e viver a história: um olhar complexo sobre o estudo do passado. Educação em Análise, Londrina, v. 2, n. 1, p. 147–164, 2018. DOI: 10.5433/1984-7939.2017v2n1p147. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/educanalise/article/view/30620. Acesso em: 17 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.