A matéria carolíngea no sertão: a cavalaria em rimas e versos nordestinos
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2014v9.e31664Palabras clave:
Intertextualidade, Carlos Magno e os Doze Pares de FrançaResumen
O propósito desse estudo é desenvolver uma leitura comparativa a partir do texto português A História do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de França, enquanto “mediador” da matéria carolíngea em terras brasileiras, e de poemas pertencentes à literatura de cordel nordestina (A batalha de Oliveiros com Ferrabrás, A prisão de Oliveiros, de Leandro Gomes de Barros; Traições de Galalão e a morte dos Doze Pares de França, de Marcos Sampaio, entre outros). Através deste, conta-se destacar, à luz das relações transtextuais, que a modernidade também reservou, principalmente no Nordeste brasileiro através da Literatura de Cordel, o seu lugar de destaque para o fascínio que a gesta carolíngea exerceu e exerce sobre o público através dos séculos. Muitos são os aspectos que aproximam e que distanciam o texto português e os folhetos de cordel que desenvolvem seus versos acerca da heroicidade de Rolando, da lendária dor do rei Carlos Magno e de batalhas apocalípticas em nome da honra. Esses cordéis são produtos de uma nova leitura que apenas revela algumas permanências pontuais. A vitalidade desse tema francês do século XII reflete uma permanência da épica europeia trazida pelo elemento colonizador que foi assimilada e recontextualizada pelos poetas da literatura de cordel no Nordeste brasileiro.
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