Metade cara, metade máscara: memória coletiva e identidade indígena na obra de Eliane Potiguara
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2020v15.e41320Palavras-chave:
Literatura indígena. Poesia indígena. Eliane Potiguara. Memória. Identidade.Resumo
Este texto investe numa discussão acerca das relações existentes entre memória coletiva e identidade indígena em Metade Cara, Metade Máscara (2004) da escritora indígena contemporânea Eliane Potiguara. Metade Cara, Metade Máscara é uma obra de cunho autobiográfico, de gênero híbrido, entremeando lendas, ficção, testemunhos, depoimentos e poemas. Através da narrativa de deslocamento e processo diaspórico da escritora, destacamos como as memórias individual, coletiva e as identidades se incorporam e se encenam poeticamente. O trabalho evidencia como os poemas operam em favor da preservação da memória coletiva e da identidade dos povos indígenas. Na poética da escritora, as memórias e identidades performadas dão sustentação a outros saberes sobre os povos indígenas, os quais se diferenciam das versões disseminadas pelas epistemologias eurocentradas. Por fim, o texto realiza um estudo teórico-crítico que dialoga com os seguintes autores: Halbwachs (1990); Hall (2006); Munduruku (2018), entre outros.Downloads
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