A Literatura de cordel como reivindicação do direito à Literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2021v16.e41297

Palavras-chave:

Literatura de Cordel, Antonio Candido, Direito à literatura, Fruição, Humanização.

Resumo

O presente artigo propõe a discussão de dois célebres ensaios do sociólogo Antonio Candido em contraposição à Literatura de Cordel e a função social que esta desempenha. As reflexões propostas pelo crítico literário abordam importantes questões como as desigualdades sociais e a literatura como forma de humanizar o homem. Sendo sempre associada às belas artes, a literatura foi constantemente reafirmada como uma espécie de saber elevado e forma de edificação do homem, mas o que pretendemos demonstrar é que mesmo nas culturas populares, como a Literatura de Cordel, quando os poetas tomam a voz e reivindicam a literatura como forma fruição para as camadas mais populares, então este direito é acessado por todos e não apenas pelas classes mais elevadas. Abordando especificamente o contexto em que esta literatura surge no Brasil, o começo do século XX, pretendemos demonstrar como os poetas foram fundamentais para que o seu público de leitores/ouvintes pudesse desfrutar da arte e usufruí-la como um bem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Letícia Fernanda da Silva Oliveira, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" UNESP

Doutoranda em Literatura pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 

Referências

ATAÍDE, João Martins de. (A Bibliografia Prévia de Sebastião Nunes Batista, considera Leandro Gomes de Barros o autor do poema), O Bataclan moderno, Juazeiro do Norte, Editor José Bernardo da Silva, 1953.

ATAÍDE, João Martins de. (A Bibliografia Prévia de Sebastião Nunes Batista, considera Leandro Gomes de Barros o autor do poema), Os martírios de Genoveva. S. l.: s. n., s. d.

BARROS, Leandro Gomes de. O imposto e a fome/ O homem que come vidro/ O reino da Pedra Fina. Recife, PE: s.n., 1909.

BARROS, Leandro Gomes de. Um Pau com Formigas/ Conclusão de Riachão com Turbana. Recife, 1912.

BENJAMIN, Walter. Mágica e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994, v. 1.

CANDIDO, Antonio. A literatura e formação do homem. In: Textos de Intervenção. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2002.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários Escritos. São Paulo: Editora 34; Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004.

FERREIRA, Jerusa Pires. Armadilhas da memória e outros ensaios. Cotia, SP: Ateliê, 2003.

MARQUES, Francisco C. A. Um pau com formigas ou O mundo às avessas: A sátira na poesia popular de Leandro Gomes de Barros. São Paulo: Edusp/Fapesp, 2014.

MAXADO, Franklin. O que é literatura de cordel? Rio de Janeiro: Codecri, 1980. (Coleção Alternativa, vol. 04).
MAYA, Ivone da S. R. O poeta de cordel e a Primeira República: a voz visível do popular. Dissertação, Mestrado Profissionalizante em História Política, Bens Culturais e Projetos Sociais, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2006.

OLIVEIRA, Letícia Fernanda da Silva. De mártir a meretriz: Figurações da mulher na Literatura de Cordel (1900-1930). Dissertação de Mestrado. Assis-SP: UNESP, 2017.

PELOSO, Silvano. O canto e a memória: História e utopia no imaginário popular brasileiro. São Paulo: Ática, 1996.

SLATER, Candace. A vida no barbante: a literatura de cordel no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.

Downloads

Publicado

2021-02-04

Como Citar

Oliveira, L. F. da S. (2021). A Literatura de cordel como reivindicação do direito à Literatura. Boitatá, 16(31), 37–45. https://doi.org/10.5433/boitata.2021v16.e41297

Artigos Semelhantes

1 2 3 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.