A Literatura de cordel como reivindicação do direito à Literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2021v16.e41297

Palavras-chave:

Literatura de Cordel, Antonio Candido, Direito à literatura, Fruição, Humanização.

Resumo

O presente artigo propõe a discussão de dois célebres ensaios do sociólogo Antonio Candido em contraposição à Literatura de Cordel e a função social que esta desempenha. As reflexões propostas pelo crítico literário abordam importantes questões como as desigualdades sociais e a literatura como forma de humanizar o homem. Sendo sempre associada às belas artes, a literatura foi constantemente reafirmada como uma espécie de saber elevado e forma de edificação do homem, mas o que pretendemos demonstrar é que mesmo nas culturas populares, como a Literatura de Cordel, quando os poetas tomam a voz e reivindicam a literatura como forma fruição para as camadas mais populares, então este direito é acessado por todos e não apenas pelas classes mais elevadas. Abordando especificamente o contexto em que esta literatura surge no Brasil, o começo do século XX, pretendemos demonstrar como os poetas foram fundamentais para que o seu público de leitores/ouvintes pudesse desfrutar da arte e usufruí-la como um bem.

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Biografia do Autor

Letícia Fernanda da Silva Oliveira, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" UNESP

Doutoranda em Literatura pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 

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Publicado

2021-02-04

Como Citar

Oliveira, L. F. da S. (2021). A Literatura de cordel como reivindicação do direito à Literatura. Boitatá, 16(31), 37–45. https://doi.org/10.5433/boitata.2021v16.e41297