Autobiografias de mulheres cordelistas: uma contribuição para a nova historiografia do cordel

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2020v15.e41205

Palavras-chave:

Cordel, Mulheres, Autobiografias

Resumo

Este artigo trata das narrativas autobiográficas de três poetas cordelistas: Julie Oliveira, Izabel Nascimento e Auritha Tabajara. Discutimos aqui sobre como, ao narrar a si mesmas, elas reescrevem a história do cordel. Para isso, utilizamos como referência a Teoria do Ponto de Vista de Hill Collins (2019, 2019a) e embasamo-nos metodológica e epistemologicamente nas perspectivas do feminismo decolonial apontadas em Curiel (2020), Lugones (2019) e Anzaldúa (2019). Para discutir a dimensão do gênero no cordel, apoiamo-nos nos trabalhos de Santos (2020) e Lemaire (2017, 2018, 2020). Com isso, observamos que É preciso nos voltarmos para as biomitografias e pontos de vista das mulheres cordelistas para sermos capazes de refletir sobre o universo do cordel.

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Biografia do Autor

Maria Gislene Carvalho Fonseca, Universidade Federal de Ouro Preto

Doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais e professora da Universidade Federal de Ouro Preto. 

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Publicado

2020-12-20

Como Citar

Fonseca, M. G. C. (2020). Autobiografias de mulheres cordelistas: uma contribuição para a nova historiografia do cordel. Boitatá, 15(30), 88–100. https://doi.org/10.5433/boitata.2020v15.e41205