Vozes de Maracangalha: intersecção de saberes e afetos
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2020v15.e41252Palavras-chave:
Maracangalha. Lindro Amor. Poéticas orais. Cultura popular. Mulheres negras.Resumo
Apresenta-se brevemente a produção poética tradicional de Maracangalha, povoado de São Sebastião do Passé, Bahia, a partir do repertório da manifestação cultural “Lindro Amor”. As cantigas analisadas estão registradas em um caderno nomeado de “Cultura popular” por uma professora da localidade conhecida como Pró Nívea. Partimos do pressuposto que a dinâmica dessa produção, ao longo do tempo, coloca nesse território os corpos de mulheres negras que, com suas vozes, interseccionam saberes, fazeres e afetos, de si e de seus pares, como dispositivo de (re)existência. Para tanto, o artigo se ampara no método qualitativo de cunho etnográfico e nos teóricos: Foucault (1996), Guattari (1986), Hall (2003), Kilomba (2019), Quinjano (2007) e Zumthor (1993, 2005, 2007, 2010). Além do repertório do caderno, trataremos também das narrativas de mulheres que integram o grupo de cultura popular supracitado. Por fim, tecemos considerações acerca dos caminhos trilhados por essas mulheres para o deslizamento e permanência da poética da voz nos dias atuais.
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