Memória, voz e autoria em Os sapatos de Té, de Cremilda e Elisabete Nascimento
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2020v15.e41058Palavras-chave:
Memória, Oralidade, Vozes femininas, SubalternizaçãoResumo
Ao ler Os Sapatos de Té, de imediato, evidencia-se que as histórias ali narradas são contadas por mais de uma voz. O processo que compõe este livro é interessante, pois são as contações da mãe, Cremilda, escritas pela filha, a escritora Elisabete Nascimento. Através das memórias e das vozes que protagonizam a obra, somos levados a conhecer uma outra versão da história considerada como a oficial do país. A partir dos possíveis diálogos com as teorias de Michael Pollak, Laura Cavalcante Padilha e Spivak, iniciamos este breve estudo, analisando a memória como elemento fundamental para a composição da narrativa e também importante para o protagonismo da mulher negra, que se assume, aqui, um papel de griot, trazendo a sua versão da história, denunciando a pobreza, a desigualdade, o racismo, a escravidão e dando visibilidade às vozes da Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro. A intenção, desse breve estudo, é colaborar com a visibilidade de algumas dessas vozes.
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