Composição química e respostas morfofisiológicas de plantas do gênero Manihot

Autores

  • Anderson Emanuel Severo de Lima Embrapa Semiárido https://orcid.org/0000-0002-4794-0767
  • Marianna Oliveira da Mota Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Campus Petrolina Zona Rural
  • Glayciane Costa Gois Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)
  • Jaíne Santos Amorim Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) https://orcid.org/0000-0002-7480-6037
  • Daniel Ribeiro Menezes Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) https://orcid.org/0000-0002-6378-010X
  • Rafaela Priscila Antonio Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Semiárido, Petrolina, Pernambuco https://orcid.org/0000-0003-0913-0541
  • Tadeu Vinhas Voltolini Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Semiárido, Petrolina, Pernambuco https://orcid.org/0000-0001-8793-8103

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2022v43n6p2237

Palavras-chave:

Mandioca, Manihot esculenta Crantz, Maniçoba, Composição mineral, Pornunça

Resumo

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é um importante recurso forrageiro para a pecuária, enquanto a maniçoba e a pornunça (Manihot sp.), nativas do semiárido brasileiro, tem potencial para alimentar ruminantes em terras secas. Foi hipotetizado que os genótipos de maniçoba e pornunça têm composição química e respostas morfofisiológicas semelhantes às cultivares de mandioca. Nove acessos de plantas do gênero Manihot foram avaliados, seis maniçobas (BGMS 20, BGMS 21, BGMS 22, BGMS 26, BGMS 79, BGMS 102), pornunça (BGMS 24) e duas cultivares de mandioca (gema-de-ovo (GO) e engana-ladrão (EL). A avaliação foi realizada em dois ciclos de cultivo de seis meses cada em delineamento experimental inteiramente casualizado com quatro repetições. O BGMS 20 apresentou maior biomassa da parte aérea em comparação maior com 24, 79, EL e GO, e maior massa foliar que EL e GO. A fotossíntese, temperatura foliar, condutância estomática e transpiração foram semelhantes entre os genótipos, apresentando em média 13,83 µmol.m-2.s-1, 29,90 ºC, 0,12 mol.m -2.s-1 e 2,75 mmol.m-2 .s-1. Proteína bruta da biomassa da parte aérea foi maior para EL em comparação com os demais, exceto para 21 e 24. Os genótipos não diferiram em relação à degradabilidade in situ e in vitro (matéria seca (MS) e composição mineral. O acesso 24 teve maior número de folhas que os demais e o BGMS 20 apresentou plantas mais altas, comparado aos genótipos avaliados, exceto 21 e 22. A produção de gás in vitro foi semelhante para os genótipos considerando os carboidratos totais. Os acessos de maniçoba exibem  biomassa da parte aérea, massa de folhas, composição química e respostas fisiológicas compatíveis com as cultivares de mandioca, demonstrando potencial como forrageiras alternativas para a pecuária.

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Biografia do Autor

Anderson Emanuel Severo de Lima, Embrapa Semiárido

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias do Semiárido, Universidade Federal do Vale do São Francisco, UNIVASF, Petrolina, PE, Brasil.

Marianna Oliveira da Mota, Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Campus Petrolina Zona Rural

Aluna do Curso técnico em Zootecnia, Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Petrolina, PE, Brasil.

Glayciane Costa Gois, Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)

Pesquisadora, Bolsista Criador de Pesquisador/FACE, Petrolina, PE Brasil.

Jaíne Santos Amorim, Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias do Semiárido, UNIVASF, Petrolina, PE, Brasil.

Daniel Ribeiro Menezes, Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)

Prof. Dr., UNIVASF, Petrolina, PE, Brasil.

Rafaela Priscila Antonio, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Semiárido, Petrolina, Pernambuco

Pesquisadora, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, EMBRAPA Semiárido, Petrolina, PE, Brasil.

Tadeu Vinhas Voltolini, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Semiárido, Petrolina, Pernambuco

Pesquisador, EMBRAPA Semiárido, Petrolina, PE, Brasil.

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Publicado

2022-11-17

Como Citar

Lima, A. E. S. de, Mota, M. O. da, Gois, G. C., Amorim, J. S., Menezes, D. R., Antonio, R. P., & Voltolini, T. V. (2022). Composição química e respostas morfofisiológicas de plantas do gênero Manihot. Semina: Ciências Agrárias, 43(5), 2237–2252. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2022v43n6p2237

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