Operações reantropofágicas em Makunaima
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2023v18.e49928Palavras-chave:
Makunaima, reantropofagia, literatura indígena contemporânea, transformaçãoResumo
Neste artigo propomos a análise da obra Makunaimã: o mito através do tempo (2019), apresentando-a como significativa produção literária indígena no Brasil, a partir de uma perspectiva reantropofágica (Baniwa, 2023). Para tanto, abordamos a obra Macunaíma (1928), de Mário de Andrade, romance modernista brasileiro que configura uma alegoria da formação do povo brasileiro e que subsidia a peça Makunaimã: o mito através do tempo. Levando em conta as cosmologias implicadas na composição de Macunaíma (1928) e a entidade Makunaima presente em narrativas míticas de diferentes povos, sobretudo os Taurepang e os Macuxi, exploramos o debate acerca das apropriações em Macunaíma (1928). Desse modo, refletimos sobre operações reantropofágicas em criações artísticas e literárias indígenas contemporâneas que abarcam Makunaima enquanto entidade e força transformadora. Assim, evidenciamos a atual produção indígena no Brasil enquanto expressão que confere resistência, manutenção e revitalização cosmológica aos povos originários.
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