Influência da integração lavoura-pecuária-floresta na composição morfológica e valor nutricional do capim-marandu sob pastejo contínuo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n6p3415Palavras-chave:
Composição Morfológica, Digestibilidade, Relação folha, colmo, Urochloa brizantha.Resumo
Este estudo caracterizou as mudanças na massa foliar, composição morfológica e valor nutricional das lâminas foliares de capim-marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu) sob pastejo contínuo no primeiro ano de implantação da pastagem e após o segundo ano de plantio de eucalipto em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, os quais foram testados nas quatro estações. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três tratamentos: Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-Pecuária- Floresta com duas densidades de eucaliptos (ILPF-1L, 196 árvores por ha-1 e ILPF-3L, 448 árvores por ha-1) e quatro repetições. Sessenta bovinos Nelore castrados com peso inicial de 235.43 ± 25.46 kg e 16 ± 2.81 meses foram usados durante a fase de recria sob pastejo contínuo. As variáveis agronômicas analisadas foram: massa seca total da forragem, folhas, caule e material morto; relações folha:caule e material vivo:senescente; e taxa de acumulação. Foram avaliadas a matéria seca, proteína bruta, frações fibrosas e digestibilidade das lâminas foliares. A relação folha:caule e material vivo:senescente não obtiveram diferença entre os sistemas avaliados. A massa seca da forragem (6.775 kg ha-1), colmo (2.175 kg ha-1), material senescente (3.175 kg ha-1) e teor de matéria seca (28,6%) foram maiores no ILP, enquanto a proteína bruta (11,3%) foi maior nos ILPFs. Por outro lado, taxa de acúmulo e massa seca das lâminas foliares não mudaram entre os sistemas. Assim, até o primeiro ano de pastejo, os sistemas arbóreos apresentam vantagens, pois a produção de forragem (taxa de acúmulo) e a massa foliar são semelhantes às das plantas a pleno sol, além de apresentarem maior valor nutricional.Downloads
Referências
Balbino, L. C., Cordeiro, L. A. M., Porfírio-da-Silva, V., Moraes, A., Martínez, G. B., Alvarenga, R. C.,… Galerani, P. R. (2011). Evolução tecnológica e arranjos produtivos de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta no Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 46(10), 1-12. doi: 10.1590/S01 00-204X2011001000001
Baruch, Z., & Guenni, O. (2007). Irradiance and defoliation effects in three species of the forage grass Brachiaria. Tropical Grasslands, 41(4), 269-276.
Calvano, M. P. C. A., Euclides, V. P. B., Montagner, D. B., Lempp, B., Difante, G. S., Flores, R. S. & Galbeiro, S. (2011). Tillering and forage accumulation in Marandu grass under different grazing intensities. Revista Ceres, 58(6), 781-789. doi: 10.1590/S0034-737X2011000600015
Castro, C. R. T., Garcia, R., Carvalho, M. M., & Couto, L. (1999). Produção forrageira de gramíneas cultivadas sob luminosidade reduzida. Revista Brasileira de Zootecnia, 28(5), 919-927. doi: 10.1590/ S1516-35981999000500003
Castro, C. R. T., Paciullo, D. S. C., Gomide, C. A. M., Müller, M. D., & Nascimento, E. R., Jr. (2009). Características agronômicas, massa de forragem e valor nutritivo de Brachiaria decumbens em sistema silvipastoril. Pesquisa Florestal Brasileira, 60, 19-25. doi: 10.4336/2012.pfb.60.19
Corsi, M. (1994). Adubação nitrogenada das pastagens. In A. M. Peixoto, J. C. Moura, & V. P. Faria (Eds.), Pastagens: fundamentos da exploração racional (2a ed., pp. 121-155). Piracicaba: FEALQ.
Crusciol, C. A. C., Nascente, A. S., Mateus, G. P., Pariz, C. M., Martins, P. O., & Borghi, E. (2014). Intercropping soybean and palisade grass for enhanced land use efficiency and revenue in a no till system. European Journal of Agronomy, 58, 53-62. doi: 10.1016/j.eja.2014.05.001
Dias, M., Fº. (2000). Growth and biomass allocation of the C4 grasses Brachiaria brizantha and B. humidicola under shade. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 35(12), 2335-2341. doi: 10.1590/S0100-204X2000001200003
Domingues, M. S., Andrighetto, C., Lupatini, G. C., Mateus, G. P., Aranha, A. S., Ono, R. K.,... Sekiya, B. M. S. (2017). Growth and yield of corn forage intercropped with marandu grass in an agrosilvopastoral system with eucalyptus. Semina: Ciêncas Agrárias, 38(6), 3669-3680. doi: 10.5433/1679-0359.2017v38n6p3669
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2013). Sistema brasileiro de classificação de solos (3a ed.). Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos.
Geremia, E. V., Crestani, S., Mascheroni, J. D. C., Carnevalli, R. A., Mourão, G. B., & Silva, S. C. (2018). Sward structure and herbage intake of Brachiaria brizantha cv. Piatã in a crop-livestock-forestry integration area. Livestock Science, 212, 83-92. doi: 10.1016/j.livsci.2018.03.020
Hodgson, J. (1990). Grazing management: science practice. Essex: Longman Scientific & Technical.
Holden, L. A. (1999). Comparison of methods of in vitro matter digestibility for ten feeds. Journal of Dairy Science, 82(8), 1791-1794. doi: 10.3168/jds.S0022-0302(99)75409-3
Mateus, G. P., Crusciol, C. A. C., & Borghi, E. (2012). Integrated crop-livestock: the new green revolution in the tropics. Pesquisa Tecnológica, 4, 1-5.
Mertens, D. R. (2002). Gravimetric determination of amylase-treated neutral detergent fiber in feeds with refluxing in beakers or crucibles: collaborative study. Journal of AOAC International, 85(6), 1217-1240.
Moraes, A. (1991). Produtividade animal e dinâmica de uma pastagem de pangola (Digitaria decumbens Stent), azevém (Lolium multiflorum Lam.) e trevo branco (Trifolium repens L.), submetida a diferentes pressões de pastejo. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Recuperado de http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br
Mott, G. O., & Lucas, H. L. (1952). The design, conduct, and interpretation of grazing trials on cultivated and improved pastures. Proceedings of the International Grassland Congress, State College Press: Philadelphia, PA, USA.
Nascimento, D., Jr., Vilela, H. H., Sousa, B. M. L., & Silveira, M. C. T. (2013). Fatores que afetam a qualidade de plantas forrageiras. In R. A. Reis, T. F. Bernardes, & G. R. Siqueira (Eds.), Forragicultura: ciência, tecnologia e gestão de recursos forrageiros (pp. 409- 424). Jaboticabal: M. de L. Brandel-ME.
Paciullo, D. S. C., Carvalho, C. A. B., Aroeira, L. J. M., Morenz, M. J. F., Lopes, F. C. F., & Rossiello, R. O. P. (2007). Morfofisiologia e valor nutritivo do capim-braquiária sob sombreamento natural e a sol pleno. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 42(4), 573-579. doi: 10.1590/S0100-204X2007000400016
Paciullo, D. S. C., Gomide, C. A. M., Castro, C. R. T., Fernandes, P. B., Müller, M. D., Pires, M. F. A.,... Xavier, D. F. (2011). Características produtivas e nutricionais do pasto em sistema agrossilvipastoril, conforme a distância das árvores. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 46(10), 1176-1183. doi: 10.15 90/S0100-204X2011001000009
Pezzopane, J. R. M., Bernardi, A. C. C., Bosi, C., Oliveira, P. P. A., Marconato, M. H., Pedroso, A. F., & Esteves, S. N. (2019). Forage productivity and nutritive value during pasture renovation in integrated systems. Agroforestry Systems, 93, 39-49. doi: 10.1007/s10457-017-0149-7
Pezzopane, J. R. M., Bosi, C., Nicodemo, M. L. F., Santos, P. M., Cruz, P. G., & Parmejiani, R. S. (2015). Microclimate and soil moisture in a silvopastoral system in southeastern Brazil. Bragantia, 74(1), 110-119. doi: 10.1590/1678-4499.0334
Raij, B. van, Cantarella, H., Quaggio, J. A., Furlani, A. M. C. (Eds.). (1997). Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. (IAC. Boletim Técnico, 100). Campinas: Instituto Agronômico de Campinas.
Rodrigues, C. O. D., Araújo, S. A. C., Viana, M. C. M., Rocha, N. S., Braz, T. G. S., & Villela, S. D. J. (2014). Light relations and performance of signal grass in silvopastoral system. Acta Scientiarum. Animal Sciences, 36(2), 129-136. doi: 10.4025/actascianimsci.v36i2.22398
Rodrigues, O., Fontanelli, R. S., Costenaro, E. R., Marchese, J. A., Scortganha, A. C. N., Saccardo, E., & Piasecki, C. (2012). Bases fisiológicas para o manejo de forrageiras. In R. S. Fontanelli, & H. P. Santos (Eds.), Forrageiras para integração lavoura-pecuária-floresta na região sul-brasileira (2a ed., pp. 59-125). Brasília: Embrapa.
Silva, J. A. R., Araújo, A. A., Lourenço, J. B., Jr., Santos, N. F. A., Garcia, A. R., & Nahúm, B. S. (2011). Conforto térmico de búfalas em sistema silvipastoril na Amazônia Oriental. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 46(10), 1364-1371. doi: 10.1590/S0100-204X2011001000033
Statistical Analysis System Institute (2010). SAS User’s guide: statistics. Version 9.3. Cary, NC: SAS Institute.
Taiz, L., & Zeiger, E. (2013). Fisiologia vegetal (5a ed.). Porto Alegre: Artmed.
Tilley, J. M. A., & Terry, R. A. (1963). A two stage technique for the in vitro digestion of forage crops. Grass and Forage Science, 18(2), 104-111. doi: 10.1111/j.1365-2494.1963.tb00335.x
Van Soest, P. J., Robertson, J. B., & Lewis, E. B. A. (1991). Methods for dietary fiber, neutral detergent fiber, and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. Journal of Dairy Science, 74(10), 3583-3597. doi: 10.3168/jds.S0022-0302(91)78551-2
Volenec, J. J., & Nelson, C. J. (2003). Environmental aspects of forage management. In: R. F. Burnes, C. J. Nelson, M. Collins, & K. J. Moore (Eds.), Forages: an introduction to grassland agriculture (pp. 99-124). Ames: Blackwell.
Wilson, J. R. (1996). Shade-stimulated growth and nitrogen uptake by pasture grasses in a subtropical environment. Australian Journal of Agricultural Research, 47(7), 1075-1093. doi: 10.1071/AR99610 75
Wirsenius, S., Azar, C., & Berndes, G., (2010). How much land is needed for global food production under scenarios of dietary chances and livestock productivity increases in 2030? Agricultural Systems, 103(9), 621-638. doi: 10.1016/j.agsy.2010.07.005
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Semina: Ciências Agrárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Agrárias adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista.
Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.