Produtividade, rentabilidade e qualidade nutricional da forragem e da silagem de cereais de inverno
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n3p1275Palavras-chave:
Composição morfológica, Estabilidade aeróbia, Grão farináceo, Produção de biomassa seca.Resumo
O objetivo do trabalho foi avaliar a produção, a composição física e nutricional da forragem e da silagem, bem como a rentabilidade e a estabilidade aeróbia, de diferentes cereais de inverno colhidos em estádio de grão farináceo. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, em esquema fatorial 2x7, sendo dois alimentos (forragem e silagem) e sete genótipos, com quatro repetições. Os genótipos utilizados foram a aveia branca (Avena sativa) cv. URS Taura; cevada (Hordeum vulgare) cv. BRS Brau e cv. BRS Cauê; trigo (Triticum aestivum) cv. CD 1440; centeio (Secale cereale) cv. BR 01; e triticale (X Triticosecale) cv. IPR 111 e cv. BRS Saturno. A colheita de todos os materiais ocorreu em estádio de grão-farináceo. Na avaliação das forragens, o centeio apresentou a maior (P < 0,05) produção de biomassa seca (7.100 kg ha-1), porém com maior participação de colmo (46,7%) na matéria seca, implicando em maior teor de FDA (44,69%) em relação aos demais cereais. A forragem da aveia branca cv. URS Taura e do triticale cv. IPR 111 proporcionaram a melhor qualidade nutricional frente aos demais cereais avaliados, porém, na silagem resultante, apenas o triticale manteve-se com características semelhantes à forragem. Ficou evidenciado a superioridade da cevada cv. BRS Cauê, do Trigo cv. CD 1440 e do centeio cv. BR 01 quanto a manutenção da estabilidade aeróbia (160 horas), ao passo que as demais silagens perderam sua estabilidade em 32 horas. O centeio cv. BR 01 e o triticale IPR 111 apresentaram a maior produção de biomassa seca recuperada (5.402 e 5.352 kg ha-1 respectivamente), a cevada cv. BRS Cauê e Aveia URS Taura proporcionaram maior custo de produção por kg-1 de biomassa seca ambas com R$ 0,29 e maior custo por kg de biomassa seca recuperada R$ 0,45 e 0,37 respectivamente. São vários os fatores a serem considerados no momento da escolha da espécie hibernal com vistas a produção de silagem a ser cultivada, onde estudos futuros podem elucidar completamente estes fatores.Downloads
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