Gênero, raça, classe: opressões cruzadas e cconvergências na reprodução das desigualdades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2015v20n2p27

Palavras-chave:

Gênero, Classe, Raça, Interseccionalidade, Desigualdades

Resumo

O artigo analisa o percurso dos estudos sobre as convergências entre gênero, classe e raça no debate teórico das últimas décadas, com destaque para o feminismo. Procura apresentar um campo hoje vasto de pesquisas que não é homogêneo, mas tem em comum o entendimento de que as opressões são múltiplas e complexas e não é possível compreender as desigualdades quando se analisa uma variável isoladamente. O peso relativo de cada uma das variáveis, seu sentido e a compreensão de como operam conjuntamente varia nas três frentes discutidas no artigo, que são as teorias feministas marxistas ou socialistas, o feminismo negro e os estudos das interseccionalidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávia Biroli, Universidade de Brasília - UNB

Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Professora da Universidade de Brasília - UNB.

Luis Felipe Miguel, Universidade de Brasília - UNB

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP. Professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília - UNB.

Referências

ARAUJO, Angela Maria Carneiro; LOMBARDI, Maria Rosa. Trabalho informal, gênero e raça no Brasil do início do século XXI. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 43, n. 149, p. 452-477, ago. 2013.

BADINTER, Elizabeth. O amor incerto: história do amor maternal do século XVII ao século XX. Lisboa: Relógio D’Água, 1985.

BAIRROS, Luiza. Lembrando Lélia Gonzalez, 1935-1994. Afroasia, Salvador, n. 23, 2000.

BERNARDINO-COSTA, Joaze. Intersectionality and female domestic worker`s unions in Brazil. Women’s Studies International Forum, Oxford, n. 46, p. 72-80, 2014.

BILGE, Sirma. Théorisations feminists de l’intersectionnalité. Diogène Revue Internationale des Sciences Humaines, Paris, n. 225, p. 158-76, 2009.

BIROLI, Flávia. Divisão sexual do trabalho e democracia. In: ENCONTRO DA ANPOCS, 39., 2015, Caxambu. Paper... Caxambu: Anpoc, 2015a.

BIROLI, Flávia. Responsabilidades, cuidado e democracia. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 18, p. 81-117, 2015b.

BRUSCHINI, Cristina; LOMBARDI, Maria Rosa. A bipolaridade do trabalho feminino no Brasil contemporâneo. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 110, p. 67- 104, 2000.

CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

COLLINS, Patricia Hill. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and the politics of empowerment. New York: Routledge, 2009.

COLLINS, Patricia Hill. Intersectionality’s definitional dilemas. Annual Review of Sociology, Palo Alto, n. 41, p. 1-20, 2015.

CRENSHAW, Kimberle. Documento para o Encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 171-187, 2002.

DAVIS, Angela. Women, race, and class. New York: Vintage Books, 1983.

DELPHY, Christine. L’ennemi principal. 1. Économie politique du patriarcat. Paris: Syllepse. 2013

DENIS, Ann. Intersectional analysis: a contribution of feminism to Sociology. International Sociology, London, v. 23, n. 5, p. 677-94, 2008.

ENGELS, Friedrich A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985.

FIGUEROA, Aurora Vergara; HURTADO, Katherine Arboleda. Feminismo afrodiaspórico: uma agenda emergente del feminismo negro em Colombia. Universitas Humanística, Bogotá, n. 78, p. 109-34, 2014.

HANCOCK, Ange-Marie. Intersectionality as a normative and empirical paradigma. Politics & Gender, Cambridge, v. 2, n. 3, p. 248-54, 2007.

HARTMANN, Heidi. Capitalism, patriarchy, and job segregation by sex. In: EISENSTEIN, Zillah R. (Ed.). Capitalist patriarchy and the case for socialist feminism. New York: Monthly Review Press, 1979.

HARTMANN, Heidi. The unhappy marriage of Marxism and feminism: towards a more progressive union. In: NICOLSON, Linda (Ed.). The second wave: a reader in feminist theory. New York: Routledge, 1997.

HARTSOCK, Nancy C. M. The feminist standpoint: developing the ground for a specifically feminist historical materialism. In: HARDING, Sandra. The feminist standpoint. Boulder: Westview, 1998.

HOOKS, Bell. Feminist theory: from margin to center. Boston: South End Press, 1984.

IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2014.

IPEA. Retratos das desigualdades de gênero e raça. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2014. Disponível em: Acesso em: 15 maio 2015.

JONES, Claudia. An end to the neglect of the problems of the Negro woman! In: BEVERLY, Guy-Sheftall (Ed.). Words of fire: an anthology of African-American feminist thought. New York: The New Press. 1995.

KERGOAT, Danièle. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Novos Estudos, n. 86, p. 93-103, São Paulo, 2010.

KOLLONTAI, Alexandra. Working woman and mother, em Selected writings. New York: Norton, 1977.

MIGUEL, Luis Felipe; BIROLI, Flávia. Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo Editorial, 2014.

MITCHELL, Juliet. Psychoanalysis and feminism: Freud, Reich, Laing, and women. New York: Pantheon Books, 1974.

PHILLIPS, Anne. The politics of presence. Oxford: Oxford University Press, 1995.

RATTS, Alex. As amefricanas: mulheres negras e feminismo na trajetória de Lélia Gonzales. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 9., 2010, Florianópolis. Anais... Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2010. Disponível em: http://www.fg2010.wwc2017.eventos.dype.com.br/. Acesso em: 15 maio 2015.

RATTS, Alex; RIOS, Flávia. Lélia Gonzalez. São Paulo: Selo Negro, 2010.

ROSANVALLON, Pierre. La nouvelle question sociale: repenser l’État-providence. Paris: Seuil, 1995.

ROSANVALLON, Pierre. La société des égaux. Paris: Seuil, 2011.

SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: Expressão Popular, 2013.

SOUZA-LOBO, Elizabeth. A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. São Paulo: Brasiliense, 1991.

SPELMAN, Elizabeth. Inessential woman: problems of exclusion in feminist thought. Boston: Beacon Press. 1988.

WERNECK, Jurema. Nossos passos vêm de longe! Movimentos de mulheres negras e estratégias políticas contra o sexismo e o racismo. Revista da ABPN, Rio de Janeiro v. 1, n. 1; p. 8-17, 2010.

YOUNG, Iris Marion. Beyond the unhappy marriage: a critique of the dual systems theory. In: SARGENT, Linda (Ed.). Women and revolution: a discussion of the unhappy marriage betweem feminism and Marxism. Boston: South End Press, 1981.

YOUNG, Iris Marion. Socialist feminism and the limits of dual systems theory. In: YOUNG, Iris Marion. Throwing like a girl and other essays in feminist philosophy and social theory. Bloomington: Indiana University Press, 1990.

Downloads

Publicado

2015-12-25

Como Citar

BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe. Gênero, raça, classe: opressões cruzadas e cconvergências na reprodução das desigualdades. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 20, n. 2, p. 27–55, 2015. DOI: 10.5433/2176-6665.2015v20n2p27. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/24124. Acesso em: 25 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.