(Re)politizando o conceito de gênero: a participação política das mulheres no MST

Autores/as

  • Renata Gonçalves Universidade Estadual de Londrina - UEL

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2009v14n2p198

Palabras clave:

MST, Mulheres, Relações de Gênero

Resumen

Neste artigo procuramos examinar a complexa e contraditória construção do Setor de Gênero como parte da estrutura organizativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O pano de fundo são as tensões em torno da participação política das mulheres na luta pela terra, em que a ênfase inicial dada à categoria mulher vai sendo substituída pela de gênero. Mais do que simples alterações na nomenclatura, trata-se do desafio de compreender teoricamente e construir, na prática política, novas relações de gênero. Na contramão de um uso cada vez mais academicista, este processo acena para a (re)politização do conceito de gênero.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Renata Gonçalves, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Professora da Universidade Estadual de Londrina - UEL.

Citas

BOGO, Ademar. A organicidade como parte da cultura. Texto para debate sobre a organicidade do MST na reunião da Coordenação Nacional de 13 a 17 de agosto, 2003, mimeo.

BONFIN, Cristiane. O jeito feminino de lutar pela reforma agrária. Jornal O Povo. 08 mar. 2002. Disponível em: http://www.opovo.com/.

BRUMER, Anita; ANJOS, Gabriele dos. Relações de gênero em assentamentos: a noção de empoderamento em questão. In: LOPES, Adriana; BUTTO, Andrea. (org.). Mulheres na Reforma Agrária. A experiência recente no Brasil. Brasília: MDA, 2008.

COLETIVO NACIONAL DE MULHERES DO MST. A questão da mulher e o MST. São Paulo: MST, 1996.

COLETIVO NACIONAL DE MULHERES DO MST. Compreender e construir novas relações de gênero. São Paulo: MST, 1998.

COLETIVO NACIONAL DE GÊNERO DO MST. (2000). Mulher Sem Terra. São Paulo: MST.

DEERE, Carmen. Os direitos da mulher à terra e os movimentos sociais rurais na reforma agrária brasileira. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 12, n. 1, 2004.

ESMERALDO, Gema. Ruídos com marcas de transgressões ancoradas em Mulheres Assentadas. In: LOPES, Adriana; BUTTO, Andrea. (org.). Mulheres na Reforma Agrária. A experiência recente no Brasil. Brasília: MDA, 2008.

FRANCO, Maria. A luta pela terra sob enfoque de gênero: os lugares da diferença no Pontal do Paranapanema. 2004. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2004.

GONÇALVES, Renata. Vamos acampar? A luta pela terra e a busca pelo assentamento de novas relações de gênero no MST do Pontal do Paranapanema. 2005. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.

GONÇALVES, Renata. Sem pão e sem rosas: do feminismo marxista impulsionado pelo Maio de 1968 ao academicismo de gênero. Lutas Sociais, São Paulo, n. 21/22, 2009.

JORNAL SEM TERRA. Sem a luta das mulheres, as conquistas ficam pela metade. Novembro, 1995.

JORNAL SEM TERRA. O MST deve lutar também contra o machismo. Março, 1996.

MACHADO, Lia Zanota. Gênero, um novo paradígma? Cadernos Pagu, Campinas, n. 11, 1998.

MORAES, Maria Lygia Quartim de. Usos e limites da categoria gênero. Cadernos Pagu, Campinas, n. 11, 1998.

MST. Normas gerais do MST. São Paulo: MST, 1989.

MST. Documento Básico do MST. São Paulo: MST, 1993.

PAULILO, Maria Ignez. O peso do trabalho leve. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 5, n. 28, 1987.

PAVAN, Dulcinéia. As Marias Sem-Terras: trajetória e experiências de vida de mulheres assentadas em Promissão/SP (1985/1996). 1998. Dissertação (Mestrado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1998.

PISCITELLI, Adriana. Re-criando a (categoria) mulher? In: ALGRANTI, Leila Mezan (org.). A prática feminista e o conceito de gênero. Col. Textos didáticos, n. 48. Campinas: Unicamp/IFCH, 2002.

RUA, Maria das Graças; ABRAMOVAY, Miriam. Companheiras de luta ou “coordenadoras de panelas”? As relações de gênero nos assentamentos rurais. Brasília: UNESCO, 2000.

RUBIN, Gayle. The traffic in women: notes on the ‘political economy’ of sex’. In: REITER, Rayna. (org.). Toward an antropology of women. Nova Iorque: Montly Review Press, 1975.

SAFFIOTI, Heleieth. Posfácio: conceituando o gênero. In: SAFFIOTI Heleieth; MUÑOZ-VARGAS, Monica. (org.). Mulher brasileira é assim. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1994.

SCOTT, Joan W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 2, n. 20, 1995.

SETOR NACIONAL DE GÊNERO. Construindo novas relações de gênero: desafiando relações de poder. São Paulo: MST, 2003.

SETOR NACIONAL DE GÊNERO. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, 2004. Disponível em: www.mst.org.br/mstsp/sgen.html. Acesso em: 14 jul. 2004.

SILVA, Cristiani. Bereta da. Homens e mulheres e movimento: relações de gênero e subjetividade no MST. Florianópolis: Momento Atual, 2004.

SILVA, Cristiani. Relações de gênero e subjetividade no devir MST. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 12, n. 1, 2004a.

STÉDILE, João Pedro; FERNANDES, Bernardo Mançano. Brava gente: a trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil. São Paulo: Perseu Abramo, 1999.

VICENTE, Lourdes. Mulher sem terra na luta por reforma agrária: entrevista. MST. Disponível em: http://www.mst.org.br/node/2964. Acesso em: nov. 2009.

WOORTMANN, Ellen. O saber tradicional camponês e inovações. In: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino; MARQUES, Marta Inez Medeiros (org.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela/ Paz e Terra, 2004.

Publicado

2009-11-22

Cómo citar

GONÇALVES, Renata. (Re)politizando o conceito de gênero: a participação política das mulheres no MST. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 14, n. 2, p. 198–216, 2009. DOI: 10.5433/2176-6665.2009v14n2p198. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/4514. Acesso em: 5 nov. 2024.

Número

Sección

Dossier

Artículos similares

1 2 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.