De corpos e comidas, afetos e banquetes: uma análise da performance “banquetecomidacorpocorpocomida”
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2021v26n2p441Palavras-chave:
Performance, Corpo, Genêro, QueerResumo
Este artigo tem como objetivo propor uma análise da fotoperformance “BanqueteComidaCorpoCorpoComida”, desenvolvida pelo coletivo Fotocuir, grupo formado como parte do projeto de pesquisa Fotoperformance: Ação, Criação, Arte, Ativismo, Trânsitos Coletivos Contemporâneos entre os anos 2013-2016, na Universidade Estadual de Londrina, sob a coordenação da artista visual e performer Fernanda Magalhães. Com o objetivo de questionar padrões de comensalidade e sexualidade por meio da arte, o coletivo pensou e performou um banquete, no qual as pessoas (artistas e público) vestiam-se de comida e devoravam-se, de acordo com as preferências sexuais e alimentares de cada um. No artigo, o processo de construção dessa performance é exposto, com base nos relatos de Fernanda Magalhães e de outras participantes do coletivo. A análise é realizada tendo como base algumas discussões sobre estudos e arte queer, assim como ancora-se em reflexões dos estudos de performance e antropologia da arte.Downloads
Referências
ADORNO, Theodor W. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (org.). Sociologia. São Paulo: Ática, 1994, p. 363-371.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994a, p. 221-254.
BENJAMIN, Walter. Brinquedo e brincadeira: observações sobre uma obra monumental. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994b, p. 249-253.
BLANCA, Rosa M. Exposições queer: contextos mundiais e locais. Cadernos de Gênero, Curitiba, v. 3, n. 3, 2017.
BLANCA, Rosa M. Arte a partir de uma perspectiva queer. 2011. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – UFSC, Florianópolis, 2011.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp, 2008.
BOURDIEU, Pierre; DARBEL, Alain. O amor pela arte: os museus de arte na Europa e seu público. São Paulo: Edusp, 2003.
BOURRIAD, Nicolas. Estética relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da realidade. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2016.
COCHIARELLI, Fernando. Quem tem medo da arte contemporânea?. Recife: Fundação Joaquim Nabuco: Editora Massangana, 2006.
DELEUZE, Giles. Conversações 1972-1990. São Paulo: Ed. 34, 1992.
DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo. São Paulo: Perspectiva, 2010.
FAUSTO, Carlos. Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia. Mana, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 7 - 44, 2002.
FERREIRA, Glauco B. Arte queer no Brasil?: relações raciais e não binarismos de gênero e sexualidades em expressões artísticas em contextos sociais brasileiros. Urdimento, Florianópolis, v. 2, n. 27, p. 206-227, 2016.
FOUCAULT, Michel. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2017, p. 265-287.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2020. (A vontade de saber, v. 1).
FREITAS, Verlaine. Adorno e a arte contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 2003.
GASTALDI, Alexandre B. F.; MOTT, Luiz; OLIVEIRA, José M. D. de; AYRES, Carla S. L. da S.; SOUZA, Wilians V. F.; SILVA, Kayque V. C. da (org.). Observatório de mortes violentas de LGBTI+ no Brasil em 2020: relatório da acontece arte e política e do grupo gay da Bahia. Florianópolis: Ed. Acontece Arte e Política LGBTI+, 2021. Disponível em: https://grupogaydabahia.files.wordpress.com/2021/05/observatorio-de-mortes-violentas-de-lgbti-no-brasil-relatorio-2020.-acontece-lgbti-e-ggb.pdf. Acesso em: 15 jun. 2021.
GELL, Alfred. A rede de Vogel: armadilhas como obras de arte e obras de arte como armadilhas. Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais EBA, Belo Horizonte, n. 8, p. 174-191, 2001.
GELL, Alfred. Arte e agência: uma teoria antropológica. São Paulo: UBU, 2018.
GÓMES-PEÑA, Guillermo. Em defesa da arte da performance. In: DAWSEY, John C. et al. (org.). Antropologia e performance: ensaios NAPEDRA. São Paulo: Terceiro Nome, 2013, p. 441-466.
GREENBLATT, Stephen. Resonance and wonder. In: KARPER, Ivan; LAVINE, Stephen D. Exhibiting cultures: the poetics and the politics of museums display. Washington: Smithsonian books, 1991, p. 42-56.
GUATARRI, Felix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1992.
HEINICH, Nathalie. Le triple jeu de l’art contemporain. Paris: les éditions de Minuit, 1998.
HEINICH, Nathalie. Para acabar com a discussão sobre arte contemporânea. In: BUENO, Maria L.; CAMARGO, Luiz O. de L. (org.). Cultura e consumo: estilos de vida na contemporaneidade. São Paulo: Senac, 2008, p. 179-194.
LAGROU, Els. Arte e antropologia: uma relação de amor e ódio. Ilha, Florianópolis, v. 5, n. 2, p. 93-113, 2003.
LAGROU, Els. A fluidez da forma: arte, alteridade e agência em uma sociedade amazônica. Rio de Janeiro: Topbooks, 2007.
MAGALHÃES, Fernanda. Experiências efêmeras de encontros compartilhados: entre performances e a vida. Rascunhos, Uberlândia, v. 4, n. 1, p. 4-34, 2017.
MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autentica, 2012.
OCHOA, Marcia. Ciudadanía perversa: divas, marginación y participación en la ‘localización’. In: MATO, Daniel (org.). Políticas de ciudadanía y sociedad civil en tiempos de globalización. Caracas: FACES: Universidad Central de Venezuela, 2004, p. 239-256.
OCHOA, Márcia. Diáspora queer: mirada hemisférica y los estudios queer. Nerter: revista dedicada a la literatura, el arte y conocimento, [s. l.], n. 25/26, p. 68-72, 2015-2016.
OLIVEIRA, Luana H. C. de; CÔRREA, Amélia S. A arte relacional e a participação do público: aproximações poéticas do período 1960-1970 com a 27a Bienal de São Paulo. Mediações, Londrina, v. 21, n. 2, p. 254-278, 2016.
PELÚCIO, Larissa. O cu (de) Preciado: estratégias cucarachas para não higienizar o queer no Brasil. Iberic@l, Revue d’études ibériques et ibéro-américaines, Paris, n. 9, p. 123-136, 2016.
PEREIRA, Pedro. Queer nos trópicos. Contemporânea, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 371-394, 2012.
PRECIADO, Beatriz P. Multidões queer: notas para uma política dos anormais. Estudos Feministas, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 11-20, 2011.
PUTTI, Alexandre. Um LGBT é agredido a cada hora, revelam dados do SUS. Carta Capital, São Paulo, 16 jul. 2020. Disponível online em: https://www.cartacapital.com.br/diversidade/um-lgbt-e-agredido-no-brasil-a-cada-hora-revelam-dados-do-sus/. Acesso em: 15 jun. 2021.
RECH, Alessandra P.; SCHUTZ, Danielle. Episódio Queermuseu: reflexos do despreparo social em torno da arte. Palíndromo, Florianópolis, v. 9, n. 19, p. 13-30, 2017.
TVARDOVSKAS, Luana S.; RAGO, Luzia M. Fernanda Magalhães: arte, corpo e obesidade. Caderno Espaço Feminino, Uberlândia, v. 17, n. 1, p. 55-78, 2007.
TVARDOVSKAS, Luana S. Figurações feministas na arte contemporânea: Márcia X., Fernanda Magalhães e Rosangela Renno. 2008. Dissertação (Mestrado em História) – UNICAMP, Campinas, 2008.
TURNER, Victor W. From ritual to theatre: the human seriousness of play. Nova York: PAJ, 1982.
TURNER, Victor W. The Anthropology of performance. Nova York: PAJ, 1988.
TURNER, Victor W. Liminal ao liminoide em brincadeira, fluxo e ritual: um ensaio de simbologia comparativa. Mediações, Londrina, v. 17, n. 2, p. 214-257, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Carla Delgado de Souza, Maurício Ferreira Oliveira
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais relativos aos artigos publicados em Mediações são do(a)s autore(a)s; solicita-se aos(às) autore(a)s, em caso de republicação parcial ou total da primeira publicação, a indicação da publicação original no periódico.
Mediações utiliza a licença Creative Commons Attribution 4.0 International, que prevê Acesso Aberto, facultando a qualquer usuário(a) a leitura, o download, a cópia e a disseminação de seu conteúdo, desde que adequadamente referenciado.
As opiniões emitidas pelo(a)s autore(a)s dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.