Mulheres à esquerda e à direita: carreiras políticas e partidos políticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2017v22n1p350

Palavras-chave:

Mulheres, Partidos, Carreira Política

Resumo

O objetivo do artigo é identificar os perfis socioeconômicos e políticos das deputadas federais eleitas em 2014. Pretende-se responder às seguintes questões: Quais os partidos que conseguiram eleger mulheres? Existem diferenças significativas quando considerados o espectro ideológico? Como se deu a distribuição destas parlamentares nas Unidades Federativas? Qual o perfil das eleitas em relação à escolaridade, idade e profissão? De que forma o tempo de filiação partidária se relaciona às mulheres dos diferentes partidos? Possuir relações de parentesco com políticos estabelecidos é uma característica importante neste grupo? Nossa hipótese principal corrobora a tese já consagrada na literatura de que os parlamentares de partidos de esquerda percorrem uma trajetória longeva dentro de um mesmo partido, e que para conquistar um cargo eletivo como de deputado federal, estes políticos passam antes por outros cargos, tais como vereadores, deputados estaduais e, por vezes, prefeitos (SANTOS E SIERNA, 2007; MIGUEL, 2003). Por outro lado, nos partidos de centro e direita é possível observar a utilização de atalhos, tais como capital político acumulado por outros indivíduos e compartilhado mediante relações de parentesco, de modo que a conquista do cargo ocorre de maneira precoce.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberta Carnelos Resende, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Professora da Universidade Federal da Bahia - UFBA.

Sara Epitácio, Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA

Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Professora da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA.

Referências

BRAGA, S. Democracia e organização nos partidos políticos: revisitando os microfundamentos de Michels. Revista de Sociologia e Política v. 20, n. 44, p. 83- 95, nov. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v20n44/v20n44a07. pdf. Acesso em: 10/dez/2015.

BRAGA, S. S. Quem foi quem na Assembléia Nacional Constituinte de 1946 : um perfil socioeconômico e regional da Constituinte de 1946. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 1998.

BOURDIEU, P. A representação política. Elementos para uma teoria do campo político. In: O poder simbólico. Lisboa : Difel. DUVERGER, M. (1980). Os partidos políticos. São Paulo, Zahar, 1986.

KATZ, R.; MAIR, P. Changing models of party organization and party democracy: the emergence of the carte party. Party Politics, n. 1, v. 1, 1995.

KIRCHHEIMER, O. A transformação dos sistemas partidários da Europa Ocidental. Tradução Paulo Peres. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 7, p.349-385, jan-abril. 2012.

KRAUSE, S., DANTAS, H., MIGUEL, L. F. (orgs). Coligações partidárias na nova democracia brasileira: perfis e tendências. Rio de Janeiro: Fund. Konrad Adenauer; São Paulo: UNESP, 2010.

MAINWARING, Scott; MENEGUELLO, Rachel & POWER, Timothy. Partidos conservadores no Brasil contemporâneo. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

MAINWARING, S. Sistemas partidários em novas democracias: o caso do Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2001.

MICHELS, R. Sociologia dos Partidos Políticos. Brasília: UnB, 1982.

MIGUEL, L. F. Capital Político e Carreira Eleitoral: Algumas Variáveis na Eleição para o Congresso Brasileiro. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n 20, p. 115- 134, 2003.

NUNES, E. O. A gramática política do Brasil: clientelismo, corporativismo e insulamento burocrático.4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2010.

OLIVEIRA, R. C. O Silêncio dos Vencedores: Genealogia, Classe Dominante e Estado no Paraná. Curitiba: Moinho do Verbo, v. 1. 482p , 2001.

OLIVEIRA, R. C. Na Teia do Nepotismo: Sociologia Política das Relações de Parentesco e Poder Político no Brasil. Curitiba: Insight, 272p , 2012.

PANEBIANCO, A. Modelos de partido: organização e poder nos partidos políticos. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

RESENDE, Roberta Carnelos. Gênero, performance eleitoral e perfil: uma análise da Assembleia Legislativa do Paraná (1998-2006). 2009. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009.

RODRIGUES, L. M. (2002). Partidos, Ideologia e Composição Social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, n. 48, p. 31-48, fev. 2012.

SANTOS, A. M.; SERNA, M.. Por que carreiras políticas na esquerda e na direita não são iguais? Recrutamento legislativo em Brasil, Chile e Uruguai. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 22, n. 64, p. 93-194, 2007.

Downloads

Publicado

2017-09-19

Como Citar

RESENDE, Roberta Carnelos; EPITÁCIO, Sara. Mulheres à esquerda e à direita: carreiras políticas e partidos políticos. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 22, n. 1, p. 350–366, 2017. DOI: 10.5433/2176-6665.2017v22n1p350. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/30765. Acesso em: 3 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.