Poéticas Orais, corpo-memória e o ritmo das narrativa de mestres e mestras contadores de história tradicionais
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2021v16.e42618Palabras clave:
Poéticas Orais, Corpo-memória, Contadores de histórias tradicionais.Resumen
O presente artigo versa sobre a literatura oral e a sua relação com a memória, por meio da voz de mestres e mestras da tradição, guardiões da arte de contar histórias. A memória aqui apresentada nasce das vivências e necessidades de comunidades que também as transmitem entre gerações. Uma memória passível de sofrer mudanças geradas pelo tempo e pelas múltiplas vozes que a transmitem de um ouvido a outro, de um espaço-tempo a outro. O texto reflete ainda sobre a importância do corpo enquanto lugar de memória, engendrado em seus ritos, rituais e narrativas e compreende a literatura oral sob novas perspectivas paradigmáticas e epistemológicas. Por fim, esse trabalho tem seu foco também na compreensão de que é escutando os contadores de histórias com suas narrativas de vida e contos de tradição que a leitura da palavra, compreendida aqui como palavra no mundo e com o mundo, que a transmissão de saberes pelas vias da oralidade acontece. Esses mestres e mestras carregam consigo o papel de salvaguardar e dar movimento às memórias históricas e saberes coletivos, construindo as culturas e rompendo as lacunas, que ainda existem, entre o passado e o presente, entre a escrita e a oralidade.
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