v. 37 (2019): Cânone e escola: as diferenças e as revisões
Sonia Pascolati (UEL) e Maria Betanea Platzer (UNIARA), orgs.
As primeiras décadas do século XXI têm sido palco de inúmeros debates balizados por polarizações como democracia ou autoritarismo, proteção de fronteiras ou acolhimento a refugiados, preconceito ou respeito às diferenças. Após um final de século XX marcado por conquistas no campo social, assistimos, com perplexidade, a retrocessos nos campos cultural, especialmente no tocante à liberdade de criação artística e expressão, e político, ambos espaços de ação tanto da literatura quanto da educação. A constituição de um cânone literário é sempre uma arena política em que grupos disputam o poder de decisão do que é bom ou ruim em literatura, o que deve ou não ser lido. E essa disputa de poder passa pelo universo escolar. Por isso temos convicção de que o tema cânone e escola é uma possibilidade de debatermos sobre o papel da escola na formação do leitor em um movimento de emancipação e humanização. Para tanto, há a necessidade contínua de políticas públicas que sejam favoráveis ao entendimento da expressão humana como possibilidade de criação e (re)construção.