¿Quién puede ser recordado? Los homenajes mortuorios en el contexto de la política de la muerte.
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46951Palabras clave:
memoria mortuoria, justicia conmemorativa, necropolítica, Derechos humanosResumen
Este artículo analiza diferentes prácticas de memoria entre poblaciones subalternizadas, en su lucha contra la violencia y el olvido. Para ello, observamos los procesos de producción de tres homenajes mortuorios, pero también de vandalización y/o destrucción de algunos de ellos, erigidos por instituciones y/o movimientos sociales. Destacamos la forma en que la necropolítica dirigida a las poblaciones racializadas y subalternizadas de la ciudad aparece como elemento central en la configuración de las formas de recordación. Entre los homenajes identificados en la investigación, fueron escogidos para la presente reflexión: el conjunto de estatuas en homenaje a los estudiantes asesinados en lo que se conoció como "Masacre de Realengo"; las inscripciones hechas en el lugar donde fue emboscada y asesinada la concejala Marielle Franco; y el monumento erigido en homenaje a los asesinados en la masacre de Jacarezinho. Prestamos especial atención a las diferencias en la forma en que la memoria se expresa en el espacio, dependiendo de la implicación y los objetivos de los agentes conmemorativos. Argumentamos que, en la actualidad, las materialidades son centrales para la comprensión de las prácticas conmemorativas analizadas, con énfasis en la agencia de los objetos y de los grupos sociales subalternizados. Concluimos que, debido a su particular posición sociopolítica, dichos grupos sociales y sus prácticas de memoria ofrecen una oportunidad histórica para la defensa de los derechos humanos y la justicia memorial.
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