O maravilhoso amazônico, uma poética da alteridade
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2021v16.e45616Palavras-chave:
Maravilhoso, Alteridade, AmazôniaResumo
De modo geral, as pesquisas em torno das narrativas tradicionais de fundo maravilhoso assentam-se sobre a dicotomia real x fabuloso, natural x sobrenatural, verossímel x inverossímel, conforme lemos nas postulações de Todorov (1975), Bessière (1974), Max Lüthi (1992), Hetmann (1982), dentre outros. Contudo, quando tais teorizações são confrontadas com o corpus narrativo de tradição mítica e oral, recolhido na Amazônia Paraense, elas revelam-se insuficientes para tratar da recepção do maravilhoso neste território, uma vez que tais narrativas não se escoram na antinomia assinalada acima. Partindo de tal constatação, elegeu-se a categoria da alteridade, conforme proposição de Victor Bravo, sugerindo, assim, possível clave para o estudo do que nomeia-se aqui maravilhoso amazônico. Desse modo, revistando os textos consagrados em torno do gênero, tais como o Introdução à literatura fantástica (T. Todorov), Das europäische Volksmärchen (M. Luthi), Le récit fantastique (I. Bessière), por um lado, e, por outro, a recolha de narrativas da Amazônia paraense efetivada pelo Projeto O Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense, o artigo destaca a categoria da alteridade como termo de importância central para a leitura de tais narrativas.Downloads
Referências
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Publicado
2021-12-07
Como Citar
TRUSEN, Sylvia Maria. O maravilhoso amazônico, uma poética da alteridade. Boitatá, Londrina, v. 16, n. 32, p. 29–37, 2021. DOI: 10.5433/boitata.2021v16.e45616. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/45616. Acesso em: 19 abr. 2025.
Edição
Seção
Dossiê
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Copyright (c) 2021 Sylvia Maria Trusen

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