O fedor da América profunda: Rodolfo Kusch e o dilaceramento em Josefina Plá (1903-1999)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31275

Palavras-chave:

Conto contemporâneo, Literatura paraguaia, Decolonialidade, Josefina Plá, Estética do dilaceramento.

Resumo

A expressão América profunda foi proposta por Rodolfo Kusch, um intelectual argentino radicado na puna, região do altiplano andino, no ano de 1962. É usada para designar o sentimento do humano que brota desde a perspectiva dos saberes dos povos originários implícitos e “vividos cotidianamente en la calle o en el campo” (KUSCH, 2000a). O termo é retomado desde então para designar a convicção de que há uma continuidade da vivência cultural desses povos originários nas Américas que nos impulsiona a empreender “una aventura que está al margen de nuestra cultura oficial” (ISHIZAWA, 2007). A América profunda faz referência, portanto, à conjunção dos elementos primevos que - pese a todo o processo colonizador – irrompem no cotidiano das grandes cidades, conformando uma visão de mundo que nos faz tomar consciência “de que algo nos impide de ser totalmente occidentales aunque nos los propongamos” (KUSCH, 2000a). Partindo de tais pressupostos, este trabalho objetiva esquadrinhar como a escritora Josefina Plá (1903- 1999) plasma esteticamente esses elementos americanistas a partir da análise do conto A Caacupe.

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Biografia do Autor

Maria Josele Bucco Coelho, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Doutora em Estudos Literários/Literatura Comparada pela UFRGS. Professora da Universidade Federal do Paraná

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Publicado

2016-10-11

Como Citar

Coelho, M. J. B. (2016). O fedor da América profunda: Rodolfo Kusch e o dilaceramento em Josefina Plá (1903-1999). Boitatá, 11(22), 34–48. https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31275

Edição

Seção

Dossiê

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