Poesia & música: gênese, diálogo e reencontros
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2009v4.e31062Palavras-chave:
Poesia, Música, OralidadeResumo
Este artigo visa percorrer os caminhos trilhados pela poesia e pela música, em seus intermitentes contatos, na valorização contínua da oralidade. O termo grego “mousiké” englobava uma unidade integrada de melodia e verso e representava, segundo A República, de Platão, o principal canal de formação dos homens, bem como de manifestação de uma cultura predominantemente oral. Era desta forma, pelo discurso oral, em performance, que se concretizava uma voz coletiva. Assim é que a oralidade se manteve praticamente onipresente durante muito tempo, também na Idade Média. Característica das canções medievais, a oralidade estava presente no próprio gérmen das poesias, que nasciam para serem cantadas. Mas a escrita, gradativamente, enraizou-se nas civilizações, como necessário e natural produto da oralidade. No entanto, a palavra falada subsistia e já no Renascimento vários textos foram musicados, mas somente muito adiante, no século XX, uma forte tendência de fazer interagir novamente poesia e música se impõe decisiva. A poesia volta a ser cantada, através dos efeitos que as cantigas medievais estenderam a vários setores da música popular brasileira. São os meios de comunicação de massa os suportes dessa nova poesia cantada e os festivais de música popular o cenário de tais empreitadas.
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