A poesia oral de um sábio da floresta: fragmentos e diálogos
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2022v17.e45517Palavras-chave:
Poesia oral, Amazônia, Ayahuasca-Daime, Performance, Luiz Mendes.Resumo
No presente artigo pretende-se trazer à tona fragmentos da poesia oral, daimista, amazônica de Luiz Mendes, um sábio ancião da/na Amazônia acreana. Objetiva-se ainda realizar uma breve análise cultural em diálogo ético com tal repertório, entendido aqui como repertório de resistência. O documento oral constitui o cerne da pesquisa realizada e da escrita aqui apresentada; e é em diálogo com ele (e, consequentemente, com o narrador e sua cultura) bem como com diversos autores, que se torna possível apreciar questões que dizem respeito às características, relações e embates de/entre linguagens e culturas; oralidades e escrituras; tradições e traduções; memórias e narrativas; corpo, voz, letra, performance.... Enfrenta-se o desafio de (no interior e a partir de um estudo acadêmico) escutar, transcrever, ler, analisar e tecer representações escritas de notas de uma obra viva de poesia oral amazônica ayahuasqueira, sem incorrer no erro de folclorizá-la.
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