v. 42 n. 1 (2022): Zooliteratura, vulnerabilidade e resistência animal: políticas de insurreição

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Os textos contidos neste número discutem a vulnerabilidade ontológica e enfatizam a patogenia das relações entre animais humanos e outros viventes animais, ao mesmo tempo em que apontam para caminhos de resistência contra a violação dos corpos. A vulnerabilidade patogênica, ou seja, aquela que nasce das relações de opressão e exploração, é revelada nos corpos torturados, assujeitados e assassinados, como se vê na poesia de Drummond (Guida e Melo) e na leitura do romance de Ana Paula Maia (Barros). Este último texto abre espaço para uma reflexão acerca das lutas anti-capitalista e anti-especista e dialoga, portanto, com a análise de O sofá estampado (Bortoletto e Libanori), em que a opressão figura na pobreza social e na miséria da vida para além do humano. A intersecção entre diferentes formas de violência aparece, também, nas análises de Sobre os ossos dos mortos (Rodrigues e González) e Contos Gauchescos (Copstein), que reforçam a relação entre modos de opressão como o especismo, o capacitismo e o sexismo. Por fim, o questionamento do sujeito nos textos de Arce, Alkmin, Gonçalves, Melo, Costa e Guimarães revê o lugar da animalidade e possibilita um entendimento da vulnerabilidade ontológica como aquela que propicia o encontro entre corpos marcados pela força da insurreição.

Publicado: 28-09-2022

Edição completa

Expediente e Apresentação

  • Expediente

    2
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p2
  • Editorial

    5-7
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p5-7

Artigos

  • Ensaio sobre a morte: vulnerabilidade e resistência em "Sobre os ossos dos mortos"

    Angela Lamas Rodrigues, Anahí Gabriela González
    7-22
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p7-22
  • Mal entendo a língua que eles falam: poesia pensamento radical, animalidade e alteridade

    Martha Alkimin Alkimin
    23-32
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p23-32
  • Memórias de um cachorro criança. A inumanidade do humano na narratuva de Pablo Farrés

    Rafael Arce
    33-45
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p33-45
  • De gados e homens: a carne processada na obra de Ana Paula Maia

    Lidiana de Oliveira Barros, Fernanda Maria Abreu Coutinho
    46-56
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p46-56
  • Representação animal e dominação humana: uma leitura da obra "O sofá estampado", de Lygia Bojunga

    Fernanda Favaro Bortoletto, Evely Vânia Libanori
    57-67
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p57-67
  • Um causo de intersecção: retórica especista/sexista em "Contos Gauchescos", de Simões Lopes Neto

    Liege Schilling Copstein, Thiane Nunes
    68-82
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p68-82
  • A experiência da animalidade em "A maçã no escuro", de Clarice Lispector, e em "Acenos e afagos", de João Gilberto Noll: um estudo comparativo

    Fabrício Lemos da Costa, Mayara Ribeiro Guimarães
    83-95
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p83-95
  • A dignidade literária de Sete-de-ouros

    Mariana Brasil Hass Gonçalves, Anita Martins Rodrigues de Moraes
    96-108
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p96-108
  • O ativismo poético de Drummond: estudos animais e ecocrítica

    Angela Guida, Gleidson André Pereira de Melo
    109-124
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p109-124
  • Crianimalça: figurações da relação criança-animal

    Anita P. de Melo
    125-136
    DOI: https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v42p125-136