Soroepidemiologia da leptospirose e toxoplasmose em equinos da região noroeste do Paraná

Autores

  • Filipe Corrêa Pacheco Universidade Paranaense
  • Maria Augusta Dorigan Bondezan Universidade Paranaense
  • Ulisses de Pádua Pereira Universidade Estadual de Londrina
  • Roberta Torres Chiderolli Universidade Estadual de Londrina
  • Lucienne Garcia Pretto-Giordano Universidade Estadual de Londrina http://orcid.org/0000-0001-7881-298X
  • Italmar Teodorico Navarro Universidade Estadual de Londrina
  • Juliana Silva de Oliveira Universidade Estadual de Londrina
  • Andressa Maria Rorato Nascimento de Matos Universidade Estadual de Londrina
  • Luciana Kazue Otutumi Universidade Paranaense
  • Daniela Dib Gonçalves Universidade Paranaense

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n2p701

Palavras-chave:

Carroceiros, Fatores de risco, Leptospira spp. Toxoplasma gondii, Zoonose.

Resumo

A leptospirose e a toxoplasmose são enfermidades de ampla distribuição geográfica e podem acometer o homem, animais domésticos e selvagens que causam elevados problemas para a saúde pública. O objetivo deste trabalho foi realizar a soroepidemiologia da leptospirose e toxoplasmose em equinos utilizados como tração animal de pequenas propriedades rurais do município de Umuarama, região noroeste do estado do Paraná, Brasil. Foram coletadas amostras de sangue de 312 equinos de 87 pequenas propriedades rurais. Para detectar a leptospirose e toxoplasmose os soros foram submetidos às técnicas de soroaglutinação microscópica (SAM) e imunofluorescencia indireta (IFI) respectivamente associada ao preenchimento de um questionário epidemiológico. Na SAM, 180 (57,69%) amostras foram consideradas reagentes apresentando títulos entre 100 e 12800, para um ou mais sorovares. Na IFI, 33 (10,57%) amostras foram consideradas reagentes com títulos de 64 a 1024. Em relação às variáveis analisadas, o contato com animais selvagens (p= 0,012) e troca de animais entre propriedades (p= 0,004) foram associados à infecção toxoplásmica. O estudo revela que os equinos da região noroeste do Paraná estão expostos a Leptospira spp. e ao Toxoplasma gondii, tendo uma implicação insignificante relacionado ao aspecto clínico destes animais, porém podendo ser considerados um problema para a saúde única, pois, os animais possivelmente estão eliminando leptospiras pela urina de forma intermitente no meio ambiente podendo infectar outros animais e também o homem. Quanto à presença de anticorpos anti T. gondii estes equinos fizeram papel de sentinelas da infecção. Medidas de saneamento aplicadas ao meio ambiente, estudos sorológicos dos rebanhos, controle de roedores e felídeos das propriedades e a divulgação de informações sobre estas enfermidades são relevantes para o controle no local de estudo.

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Biografia do Autor

Filipe Corrêa Pacheco, Universidade Paranaense

Discente, Curso de Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Paranaense, UNIPAR, Umuarama, PR, Brasil.

Maria Augusta Dorigan Bondezan, Universidade Paranaense

Discente, Curso de Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Paranaense, UNIPAR, Umuarama, PR, Brasil.

Ulisses de Pádua Pereira, Universidade Estadual de Londrina

Pesquisador, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Roberta Torres Chiderolli, Universidade Estadual de Londrina

Discente, Curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Lucienne Garcia Pretto-Giordano, Universidade Estadual de Londrina

Pesquisador, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Italmar Teodorico Navarro, Universidade Estadual de Londrina

Pesquisador, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Juliana Silva de Oliveira, Universidade Estadual de Londrina

Residente, Laboratório de Zoonoses e Saúde Pública, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Andressa Maria Rorato Nascimento de Matos, Universidade Estadual de Londrina

Residente, Laboratório de Zoonoses e Saúde Pública, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Luciana Kazue Otutumi, Universidade Paranaense

Pesquisadora, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos, Universidade Paranaense, UNIPAR, Umuarama, PR, Brasil.

Daniela Dib Gonçalves, Universidade Paranaense

Pesquisadora, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos, Universidade Paranaense, UNIPAR, Umuarama, PR, Brasil.

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Publicado

2019-04-15

Como Citar

Pacheco, F. C., Bondezan, M. A. D., Pereira, U. de P., Chiderolli, R. T., Pretto-Giordano, L. G., Navarro, I. T., Oliveira, J. S. de, Matos, A. M. R. N. de, Otutumi, L. K., & Gonçalves, D. D. (2019). Soroepidemiologia da leptospirose e toxoplasmose em equinos da região noroeste do Paraná. Semina: Ciências Agrárias, 40(2), 701–712. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n2p701

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