Caracterização eletrocardiográfica da onda p e determinação do eixo elétrico atrial médio em cães com remodelamento atrial
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2024v45n6p1755Palavras-chave:
Despolarização atrial, Eletrocardiograma, Sobrecarga atrial, Vetor médio atrial.Resumo
Em virtude de prováveis alterações vetoriais de despolarização atrial em cães cardiopatas, o eixo elétrico atrial (EEA) pode se alterar em pacientes com remodelamento atrial (RA). O objetivo foi analisar o EEA e a duração da onda P no eletrocardiograma de três grupos de cães: hígidos, cardiopatas sem e com RA esquerdo. Dos 56 cães avaliados, nove foram hígidos, 27 cardiopatas sem e 20 cardiopatas com RA esquerdo. Quanto a doença mixomatosa de valva mitral a classificação inclui os estágios A, sendo cães com alto risco de desenvolver a afecção, B, compreendendo cães assintomáticos – subdivido em B1, com regurgitação de valva mitral ainda incapaz de causar remodelamento cardíaco, e B2, com regurgitação de valva mitral suficiente para causar remodelamento cardíaco, havendo indicação de tratamento ainda na ausência de sinais clínicos – C, abrangendo cães sintomáticos, e D, incluindo os cães refratários ao tratamento. Sendo assim, os cardiopatas foram estratificados em 27 cães foram B1, dois cães B2, 15 cães C e três cães D. A duração da onda P no grupo com remodelamento (53 milissegundos (ms)) foi superior (p= 0,0088) ao grupo sem RA (46ms). A duração da onda P dos cães hígidos não diferiu dos cães com e sem remodelamento. O EEA dos animais hígidos (43,7±19,8º) foi inferior (p=0,0015) aos grupos com e sem RA esquerdo (69,6±18,00 e 63,4±15,9º). Animais sem remodelamento não diferiram de animais com e, apesar da diferença encontrada em animais hígidos, os valores encontram-se dentro da normalidade para a espécie e nenhum cão cardiopata apresentou EEA desviado. Os cães em estágio D apresentaram durações de onda P superiores aos grupos de cães hígidos e B1 (p=0,0269), porém não diferiram dos grupos B2 e C. Os cães hígidos não diferiram dos cães B2, C e D quanto ao eixo, sendo apenas inferiores aos valores de eixo dos cães em estágio B1(p=0,0120). O EEA médio e a duração de onda P são parâmetros que não devem ser utilizados para definir RA esquerda em cães cardiopatas.
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