A colonialidade nas práticas de saúde e as resistências de benzedeiras e mães de santo
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2020v25n2p488Palavras-chave:
Colonialidade, Saberes e práticas tradicionais de saúde, Benzedeiras, Mães de santo. CosmopolíticaResumo
Este artigo discute as formas de resistências de mulheres que realizam práticas de cura e de saúde que consistem em modos alternativos à prática hegemônica da medicina ocidental imposta aos corpos pela colonialidade do poder, do saber e do ser. Tal análise baseia-se na realização de pesquisa etnográfica em dois diferentes contextos, a saber, com mães de santo de dois terreiros afrorreligiosos, no Rio Grande do Sul, e com benzedeiras integrantes do Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA), no Paraná. Propomos a discussão, a partir do que essas mulheres evocam e realizam, de modos de saber-fazer que evidenciam rupturas ao modelo ocidental-patriarcal de produção de conhecimento sobre os corpos e sobre a saúde. Suas práticas e conhecimentos de cura, dinamizados nesses dois contextos etnográficos, produzem relações intensas com humanos e não humanos (plantas, água, terra, animais, orixás, santos populares, monges etc.), em que entes diversos atuam como intensidades e potências relacionais. Benzedeiras e mães de santo reivindicam o reconhecimento de suas práticas religiosas e de cura que, historicamente, foram discriminadas, censuradas, vigiadas e reprimidas pelo Estado, como nos casos em que afrorreligiosos/as eram perseguidos/as e as benzedeiras e curandeiras detidas sob a acusação de realizarem atividades ilegais de cura.Referências
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