Democracia e governos autônomos - uma reflexão a partir da experiência do Exército Zapatista de Libertação Nacional

Autores

  • Alex Hilsenbeck Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2005v10n2p55

Palavras-chave:

Democracia, Exército Zapatista, América Latina

Resumo

É notório o peso das lutas dos movimentos indígenas na América Latina, transformando-os em sujeitos políticos de natureza coletiva com reivindicações próprias, que tem como cerne a modificação do Estado e da democracia representativa. A luta por livre-determinação das comunidades indígenas deita novas questões para o pensamento político. Através da análise das comunidades mexicanas do Exército Zapatista de Libertação Nacional percebemos as contribuições e problemáticas que o exercício de governos autônomos podem trazer para o quadro da A.L. de uma forma mais ampla, confrontando-os com o modelo de democracia ocidental, baseado em um Estado com tendências homogeneizadoras. Apenas a ratificação de convênios internacionais, não é suficiente para a concretização do respeito a plurinacionalidade do Estado, para tanto, se faz necessário que estes movimentos consigam transcender sua especificidade étnica e atuem em conjunto com outros movimentos na luta por uma democracia mais participativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alex Hilsenbeck, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Professor da Faculdade Cásper Líbero - FLC.

Referências

ARELLANO, A. B.; OLIVEIRA, A. U. (org.). Chiapas: construindo a esperança. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

BRIGE, M.; DI FELICE, M. Votán-Zapata: a marcha indígena e a sublevação temporária. São Paulo: Xamã, 2002.

BORON, A. Filosofia política marxista. São Paulo: Cortez, 2003.

CECE—A, A. E. Pela humanidade e contra o neoliberalismo: linhas centrais do discurso zapatista. In: SEONE, J.; TADDEI, E. Resistências mundiais: de Seattle a Porto Alegre. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. p. 186-199.

CHASIN, J. A sucessão na crise e a crise na esquerda. Ensaio, São Paulo, n. 17-18, p. 120, 1989.

CRESPO, Regina Aída. Chiapas: O movimento indígena armado no panorama político e econômico do México. Terra Indígena, v. 13, n. 80, p. 31-45, 1996. Número especial.

D£VALOS, Pablo. Movilización indígena, autonomía y plurinacionalidad. Texto do Curso Clacso - Pueblos indígenas, globalización y Estado plurinacional, 2005a.

D£VALOS, Pablo. El Discurso del Desarrollo y la Identidad: Discusión conceptual-epistemológica. Texto do Curso CLACSO - Pueblos indígenas, globalización y Estado plurinacional, 2005b.

FIGUEIREDO, Guilherme Gitahy de. A guerra é o espetáculo: origens e transformações da estratégia do EZLN. 2003. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, Campinas, 2003.

GENNARI, Emílio. Chiapas: as comunidades zapatistas reescrevem a história

GÓMEZ, Magdalena. El derecho indígena, conceptos básicos y sus retos. Texto do Curso Clacso - Pueblos indígenas, globalización y Estado plurinacional, 2005.

GÓMEZ, Magdalena. Pueblos indígenas en América Latina: entre el Estado y la Nación. Anuario social e político de América Latina y el Caribe, Caracas, n. 5, p. 57-59, 2002.

HILSENBECK FILHO, A.M. O zapatismo e o fim da história. Revista de Iniciação científica da Faculdade de Filosofia e Ciências, Marilia, v. 4, n. 3, 2004.

HILSENBECK FILHO; A.M. O EZLN e a guerrilha informacional: a política no mundo encantado da mídia e da comunicação. In: CONGRESSO VIRTUAL DE ARQUEOLOGIA E ANTROPOLOGIA, 4., 2004, Marilia. Anais... Marilia, 2004.

LENIN. V. I. Obras completas. São Paulo: Abril, 1985.

LOUREIRO, Isabel. Rosa Luxemburgo: Os dilemas da ação revolucionária. São Paulo: Unesp, 1995.

LUXEMBURGO, Rosa. Reforma social ou revolução? São Paulo: Global, 1986.

MARCOS, Subcomandante. Chiapas: o sudeste entre dois ventos, uma tempestade e uma profecia, 1992.

ORNELAS, R. LA autonomía como eje de la resistencia zapatista: del levantamiento armado al nacimiento de los Caracoles. In.: CECE—A. A. E. (org.) Hegemonías y emancipaciones en el siglo XXI. Buenos Aires: CLACSO, 2004. p. 133-172.

PETRAS, J.; VIEUX, S. Mitos e realidades da sublevação de Chiapas. Lutas sociais, São Paulo, n. 5, 1998.

PINEDA, Francisco. La guerra de baja intensidad. Revista Chiapas, n. 2. 1996.

SADER, Emir. Reflexiones sobre a lucha anti neoliberal. OSAL, Buenos Aires, n. 15, p. 57-64, 2004.

SAINT-PIERRE, Hector Luís. O paramilitarismo como vetor da guerra de contrainsurgência. Crítica marxista, São Paulo, n. 9, p. 110-123, 1999.

SANTOS, Theotonio dos. De la resistencia a la ofensiva: el programa alternativo de los movimientos sociales. OSAL, Buenos Aires, n. 15, p. 65-76, 2004.

SIMBA—A, Floresmilo. Textos do Curso Clacso - Pueblos indígenas, globalización y Estado plurinacional, 2005.

TISCHLER, Sergio. La forma clase y los movimientos sociales en América Latina. OSAL, Buenos Aires, n. 13, p. 77-85, 2004.

TONET, Ivo. Democracia ou liberdade? Maceió: UFAL, 1997.

WOOD, E. M. Democracia contra capitalismo: a renovação do materialismo histórico. São Paulo: Boitempo, 2003.

ZALDÕVAR, V. B. S. Capital social, etnicidad y desarrollo: algunas consideraciones críticas desde los andes ecuatorianos. Texto do Curso Clacso - Pueblos indígenas, globalización y Estado plurinacional, 2005.

Downloads

Publicado

2005-12-15

Como Citar

HILSENBECK, Alex. Democracia e governos autônomos - uma reflexão a partir da experiência do Exército Zapatista de Libertação Nacional. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 10, n. 2, p. 55–74, 2005. DOI: 10.5433/2176-6665.2005v10n2p55. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/2164. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.