Trajetórias de mulheres HIV+ no movimento político de HIV/Aids no estado do Paraná

Autores/as

  • Carolina Branco de Castro Ferreira Universidade Estadual de Londrina - UEL

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2006v11n2p153

Palabras clave:

Mulher, AIDS, Participação política

Resumen

Este artigo tem como objetivo apreender, a partir da análise da experiência da doença e da trajetória de vida, as mudanças ocorridas na vida de mulheres HIV+ do Estado do Paraná depois de sua inserção no movimento político de HIV/Aids desse estado. Visa, ainda, entender as motivações que as levaram a se mobilizar e a forma como a perspectiva de gênero na experiência da doença interfere nessas motivações e na sua forma de atuação política. Tendo-se como pressuposto teórico-metodológico a abordagem antropológica da narrativa como forma de interpretação da experiência individual e coletiva, foram realizadas entrevistas em profundidade com 13 mulheres HIV+. Nas narrativas desponta, como categoria privilegiada de análise, a noção de pessoa, a qual é constituída por três aspectos diferenciados e, ao mesmo tempo, imbricados: a preeminência do todo, e não do indivíduo; a corporalidade; e a participação política. Esses aspectos estão articulados ao gênero, e este, por sua vez, à dimensão política, o que dá contornos específicos ao ativismo dessas mulheres.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Carolina Branco de Castro Ferreira, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Professora da Universidade Estadual de Londrina - UEL.

Citas

ADAM, P; HERZLICH, C. Sociologia da doença e da medicina. Bauru: Edusc, 2001.

BOLETIM INTERNACIONAL SOBRE PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA À AIDS, Ação Anti AiDS. Rio de Janeiro: ABIA, n. 51, dez. 2004. 14 p.

ALVAREZ, S.; DAGNINO, E.; ESCOBAR, A. Prefácio e agradecimento da edição original em inglês. In: ALVAREZ, S.; DAGNINO, E.; ESCOBAR, A. (org.). Cultura e política nos movimentos sociais latino-americanos: novas leituras. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2000.

AUGÉ, M. Ordre biologique, ordre social: la maladie, forme élémentaire de l'événement. In: AUGÉ, M.; HERZLICH, C. (dir.). Lesens du mal: anthropologie, histoire,sociologie de la maladie. Paris: Éditions des Archives Contemporaines, 1991.

AUGÉ, M; HERZLICH, C. Introduction. In: AUGÉ, M; HERZLICH, C. (dir.). Le sens du mal: Anthropologie, histoire, sociologie de la maladie. Paris: Éditions des Archives Contemporaines, 1991.

BRITO, N.; PIZÃO, J; SOUTO, K. (org.) Cidadãs PositHIVas. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

CLASTRES, P.A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

CLASTRES, P. Arqueologia da violência. São Paulo: Cosac &Naify, 2004.

DAl\1ATTA, R. Carnavais) malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

DUARTE, L. F. D. Da vida nervosa das classes trabalhadoras. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.

DUMONT, L. O individualismo: uma perspectiva antropológica da ideologia moderna. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.

EVANS-PRITCHARD, E. E. Os Nue/': uma descrição do modo de subsistência e das instituições políticas de um povo nilota. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.

GOLDMAN, M. Segmentaridades e movimentos negros nas eleições de Ilhéus. Mana, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 57-93, out. 2001.

GRINSZTEJN, B. Prevenção da transmissão vet1ical. In: MAKSUD, I. et ai. (org.). Conjugalidade e AIDS: a questão da sorodiscordância e os serviços de saúde. Rio de Janeiro: Abia, 2002.

GUIMARÃES, C. D. AIDS no feminino: por que a cada dia mais mulheres contraem AIDS no Brasil? Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ, 2001.

HEILBORN, M. L. Construção de si, gênero e sexualidade. In: HEILBORN, M. L. (org). Sexualidade: o olhar das ciências sociais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

HEILBORN, M. 1.; GOUVEIA, P. F. "Marido é tudo igual": mulheres populares e sexualidade no contexto da AIDS. In: BARBOSA, M. R.; PARKER, R. (org.). Sexualidades pelo avesso. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999.

JEOLÁS, L. S. O jovem e o imaginário da AIDS: obl'icoleur de suas práticas e representações. 1999. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. JEoLÁS, 1999.

KNAUTH, D. Um problema de família: a percepção da AIDS entre mulheres soropositivas.In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 19., 1994. Niterói. Comunicação... Niterói, 1994.

KNAUTH, D. Evitando a morte masculina: a perspectiva das mulheres dos homens portadores do vírus da AIDS. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 19., 1995, Caxambu. Comunicação... Caxambu, 1995.

KNAUTH, D. Uma doença dos outros: a construção da identidade entre mulheres portadoras do vírus da AIDS. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 20., 1996, Salvador. Comunicação... Salvador, 1996.

KNAUTH, D. Maternidade sobre o signo da AIDS: um estudo sobre mulheres infectadas. In: COSTA, A. de o. (org.). Direitos tardios: saúde, sexualidade e reprodução na América Latina. São Paulo: Ed. 34, 1997.

KNAUTH, D. Morte masculina: homens portadores do vírus da AIDS sob a perspectiva feminina. In: DUARTE, L. F D.; LEAL, O. F (org.). Doença, sofrimento, perturbação: perspectivas etnográficas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.

KNAUTH, D. Comentários ao Seminário a Sorodiscordância. In: MAKSUD, I. et aI. (org.). Conjugalidade e AIDS: a questão da sorodiscordância e os serviços de saúde. Rio de Janeiro: Abia, 2002.

KNAUTH, D. R. et aI. Cultura médica e decisões reprodutivas entre mulheres infectadas pelo vírus da AIDS. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 6, n. 11, p. 39-54, ago. 2002.

KUSCHNIR, K.; CARNEIRO, L. P. As dimensões subjetivas da política: cultura política e antropologia da política. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, n. 24, p. 227-247, 1999.

LANGDON, E. J. A doença como experiência: a construção da doença e seu desafio para a prática médica. Florianópolis: PPGAS-CFH/UFSC, 1996. (Antropologia em Primeira Mão).

LANGDON, E. J. Cultura e processos de saúde e doença. In: SEMINÁRIO SOBRE CULTURA, SAÚDE EDOENÇA, 2003, Londrina. Anais'... Londrina, 2003. p. 91-107.

LEAL, O. F; LEWGOY, B. Pessoa, aborto e contracepção. In: LEAL, O. F (org.). Corpo e significado: ensaios de antropologia social. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1995.

MACHADO, L. M. V. Atores sociais: movimentos urbanos, continuidade e gênero. São Paulo: Annablume, 1995.

MALUF, S. W. Les enfanls du Verseau au pays eles terreiros: les cultures thérapeutiques et spirituelles alternatives au sud du Brésil. 1996. Thêse (Doctorat en Anthropologie Sociale et Ethnologie) - École des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Paris, 1996.

MALUF, S. W. Antropologia, narrativas e a busca de sentido. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 5, n. 12, p. 69-82, 1999.

MALUF, S. W. Criação de si e reinvenção do mundo: pessoa e cosmologia nas novas culturas espirituais no sul do Brasil. In: REUNIÃO DE ANTROPOLOGIA DO MERCOSUL: Antropologia da pessoa: processos de individualização na cultura contemporânea, 4, 2001, Curitiba. Comunicação ... Curitiba, 2001.

MALUF, S. W. Pessoa e corporalidade: cruzamentos entre dois campos antropológicos. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA: Pessoa e corporalidade, 23., 2002, Gramado. Comunicação... Gramado, 2002.

AKSUD, r. Puro x impuro, sagrado x profano: práticas sexuais e situações liminares entre casais com sorologias distintas para o HIV/AIDS. In: REUNIÓN DE ANTROPOLOGÍA DEL MERCOSUR: Identidad, Fragmentación y Diversidad, 6., 2005, Montevidéo. Programa J' restimenes... Montevidéo: DepaItamento de Antropología Social-Faculdad de la República, 2005. p. 249.

MARTIN, D. Mulheres e AIDS: uma abordagem antropológica. Revista USP, São Paulo, n. 33, p. 88-100, mar./maio, 1997.

MONTERO, P. Magia e pensamento mágico. São Paulo: Ática, 1986.

MONTEIRO, S. Comentários. In: MAKSUD, r. et aI. (org.). Conjugalidade e AIDS: a questão da sorodiscordância e os serviços de saúde. Rio de Janeiro: Abia,2002a. (Comentários ao Seminário "Prevenção e Reprodução no Contexto do HIV/AIDS") Monteiro (2002a).

MONTEIRO, S. Gênero, saúde e proteção entre jovens: um perfil tradicional. In: BARBOSA, R. M. et al.lntmfaces: gênero, sexualidade e saúde reprodutiva. Campinas: Unicamp, 2002b.

ROHDEN, F. Comentários. In: MAKSUD, r. et aI. (org.). Conjugalidade e AIDS: a questão da sorodiscordância e os serviços de saúde. Rio de Janeiro: Abia, 2002. (Comentários ao Seminário "Prevenção e Reprodução no Contexto do HIV/AIDS").

RODRIGUES, N; CAROSO, C. A. Idéia de "sofrimento" e representação cultural da doença na construção da pessoa. In: DUARTE, L. F. D.; LEAL, O. F. (org.). Doença, sofrimento, pm'!urbação: perspectivas etnográficas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.

SEEGER, A.; DAMATTA, R.; CASTRO, E. V. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. In: OLIVEIRA FILHO, J. P. de. (org.). Sociedades indígenas e indigenismo no Brasil. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1987.

SOARES, V. Muitas faces do feminismo no Brasil. In: BORBA, A.; FARIA, N.; GODINHO, T. (org.). Mulhm' e política: gênero e feminismo no Partido dos Trabalhadores. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1998.

VALLE, C. G. O. Identidades, doença e organização social: um estudo das "pessoas vivendo com HIV e AIDS". Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 8, n. 17, p.179-21O, jul. 2002.

VALLE, C. G. Sintomas, exames e medicamentos: doença e corpo no caso da epidemia de HIV/ AIDS. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 27., 2003, Caxambu. Comunicação... Caxambu, 2003.

VELHO, G. lndividualismo e cultura. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

Publicado

2006-12-15

Cómo citar

FERREIRA, Carolina Branco de Castro. Trajetórias de mulheres HIV+ no movimento político de HIV/Aids no estado do Paraná. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 11, n. 2, p. 153–174, 2006. DOI: 10.5433/2176-6665.2006v11n2p153. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/8991. Acesso em: 4 nov. 2024.

Número

Sección

Dossier

Artículos similares

1 2 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.