Neoliberal rationality and a safe approach to life: restorative practices for building resilient humans and combating vulnerabilities

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2021v26n3p568

Keywords:

Restorative justice, Vulnerabilities, Resilience, Security policies, Neoliberal rationality

Abstract

This article presents some of the current equations and effects of the so-called Restorative Justice (RJ) in children and young people. Firstly, it questions how the selectivity of the penal system operates in the continuum produced by RJ, which articulates the prevention of conflicts and new penalties, moving between Childhood and Youth Courts, schools, neighborhoods, and communities in favor of the construction of safe environments. Secondly, the article focuses on United Nations (UN) guidelines on RJ in Brazil. Once the UN human development approach establishes that investments in human capital must be applied from childhood, also through the promotion of resilience and combating so-called vulnerabilities - key concepts for the restorative methodology as formulated by the UN -, the article discusses the extent to which this RJ format is aligned with the neoliberal rationality based on a security approach to life.

Author Biography

Helena Cecília Barreto Bruno Wilke, Universidade de São Paulo - USP

Doctoral student at the Graduate Program in Sociology at Universidade de São Paulo.

References

AGUINSKY, Beatriz Gershensos et al. A Introdução das Práticas de Justiça Restaurativa no Sistema de Justiça e nas Políticas da Infância e Juventude em Porto Alegre: notas de um estudo longitudinal no monitoramento e avaliação do projeto justiça para o século 21. In: BRANCHER, Leoberto; SILVA, Susiâni (org.). Justiça para o Século 21: instituindo práticas restaurativas: semeando justiça e pacificando violências – três anos de experiência da justiça restaurativa na capital gaúcha. Porto Alegre: Nova Prova, 2008. p. 23-57.

ARADAU, Claudia. The promise of security: resilience, surprise and epistemic politics. Resilience, London, v. 2, n. 2, p. 73-87, 2014.

AUGUSTO, Acácio. Juridicialização da vida: democracia e participação: anarquia e o que resta. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, n. 24, p. 31-38, 2012.

AUGUSTO, Acácio; WILKE, Helena. Racionalidade neoliberal e segurança: embate entre democracia securitária e anarquia. In: RAGO, Margareth; PELEGRINI, Mauricio (org.). Neoliberalismo, Feminismos e Contracondutas. São Paulo: Intermeios, 2019. v. 11, p. 225-246.

BECKER, Gary. Crime and Punishment: An Economic Approach. Journal of Political Economy, v. 76, n. 2, p. 169-217, 1968.
BONDITTI, Philippe et al. Genealogy. In: ARADAU, Claudia et al (ed.). Critical security methods: new frameworks for analysis. Oxon/New York: Routledge, 2015. p.159-188.

BOONEN, Maria. A justiça restaurativa, um desafio para a educação. Tese de Doutorado. São Paulo: Faculdade de Educação da USP, 2011.
BOUTROS-GHALI, Boutros. An agenda for peace: Preventive diplomacy, peacemaking and peacekeeping. New York: ONU, 1992.

BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - SINASE. Brasília: CONANDA, 2006.
BUZAN, Barry; HANSEN, Lene. A evolução dos estudos de segurança internacional. São Paulo: Ed. Unesp, 2012.

CAVICCHIOLI, Giorgia. Negros são 7 em cada 10 internos da Fundação Casa, diz levantamento. R7, São Paulo, 13 nov. 2017. Disponível em: https://noticias.r7.com/sao-paulo/negros-sao-7-em-cada-10-internos-da-fundacao-casa-diz-levantamento-13112017. Acesso em: 2 fev. 2019.

CHAMAYOU, Grégoire. Teoria do Drone. Tradução de Célia Euvaldo. São Paulo: Cosac &Naify, 2015.

CORBANEZI, Elton; RASIA, José Miguel. Apresentação do Dossiê: Racionalidade neoliberal e processos de subjetivação contemporâneos. Mediações, v. 25, n. 2, p. 287-301, 2020.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo. Tradução de Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2016.

DIÓZ, Renê. Da economia à presença indígena, prefeitos de MT justificam baixo IDH. G1 Mato Grosso, Cuiabá, 30 jul. 2013. Disponível em: http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2013/07/da-economia-presenca-indigena-prefeitos-de-mt-justificam-baixo-idh.html. Acesso em: 2 fev. 2019.

EVANS, Brad; REID, Julian. Dangerously exposed: the life and death of the resilient subject. Resilience, London, v. 1, n. 2, p. 83–98, 2013.

FJÄDER, Christian. The nation-state, national security and resilience in the age of globalization. Resilience, London, v. 2, n. 2, p. 114-129, 2014.

FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: HUBERT, Dreyfus & RABINOW, Paul. Michel Foucault. Uma trajetória filosófica. Tradução de Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo, Martins Fontes, 2008a.

FOUCAULT, Michel. Segurança, território, população. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.

FUKUYAMA, Francis. Construção de Estados. Tradução de Nivaldo Montigelli Junior. Rio de Janeiro, Rocco, 2004.

GARLAND, David. A cultura do controle. Tradução de André Nascimento. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

GARY Becker - Fatos. Nobel Prize.org. 2021. Divulgação do Prêmio Nobel AB 2021. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/1992/becker/facts/. Acesso em: 2 fev. 2019.

HARCOURT, Bernard. The counterrevolution: how our government went to war against its own citizens. New York: Basic Books, 2018.

HECKMAN, James. Skill formation and the economics of investing in disadvantaged children. Science, New York, v. 312, v. 5782, p. 1900-1902, 2006.

HULSMAN, Louk. Alternativas à justiça criminal. In: PASSETTI, Edson (org.). Curso livre de abolicionismo penal. São Paulo: Revan, 2004. p. 35-68.

HUYSMANS, Jef. Security unbound: enacting democratic limits. New York: Routledge, 2014.

INSTITUTO SOU DA PAZ. Aí eu voltei para o corre. Estudo da reincidência infracional do adolescente do Estado de São Paulo. São Paulo, 2018b.

INSTITUTO SOU DA PAZ. Relatório anual. São Paulo: Instituto Sou da Paz, 2018a. Disponível em: http://www.soudapaz.org/upload/file/ra2018_isdp_web.pdf. Acesso em: 9 set. 2021.

JAMES J. Heckman - Fatos. NobelPrize.org. 2021. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/2000/heckman/facts/. Acesso em: 2 fev. 2019.

LASINTEC. Brasilzinho, um grande Jacaré: o massacre policial continuado. Boletim (Anti)Segurança, São Paulo, n. 15. 2021. Disponível em: https://lasintec.milharal.org/boletim-antiseguranca/. Acesso em: 9 set. 2021.

LEMAY-HÉBERT, Nicolas. From saving failed states to managing risks: reinterpreting fragility through resilience. In: LAHAI, John Idriss et al. (ed.). Governance and political adaptation in fragile states. Londres: Palgrave Macmillan, 2019. p. 75-101.

LOPES, Leonardo Policiais são treinados para mediar conflitos sociais e restaurar laços em Caxias do Sul. Pioneiro, Caxias do Sul, 10 dez. 2020. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/policia/noticia/2020/12/policiais-sao-treinados-para-mediar-conflitos-sociais-e-restaurar-lacos-em-caxias-do-sul. Acesso em: 2 fev. 2019.

MALAGUTI, Vera. A criminalização da juventude popular no Brasil: histórias e memórias de luta na cidade do Rio de Janeiro. São Paulo, Boletim do Instituto de Saúde. São Paulo, Instituto de Saúde, 2008, pp. 19-22.

MALAGUTI, Vera. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

MENDONÇA, Thaiane. Operações de paz da como pacificação: uma análise considerando a doutrina de contra insurgência. Cadernos CEDEC, São Paulo, n. 129, p. 55-70, 2020.

MINHOTO, Laurindo. Encarceramento em massa, rackteering de Estado e racionalidade neoliberal. Lua Nova, São Paulo, n. 109, p. 161-191, 2020.

OXHORN, Philip e SLAKMON, Catherine. Micro-justiça, Desigualdade e Cidadania Democrática. A Construção da Sociedade Civil através da Justiça Restaurativa no Brasil. In: SLAKMON, Catherine; DE VITTO, Renato (orgs.). Justiça Restaurativa. Brasília-DF: Ministério da Justiça e PNUD, 2005, p. 187-206.

PARÁ. Ministério Público. Promotoria ministra Círculo restaurativo para militares do policiamento escolar. Santarém, 4 ago. 2021. Disponível em: https://www2.mppa.mp.br/noticias/promotoria-ministra-circulo-restaurativo-para-militares-do-policiamento-escolar.htm. Acesso em: 2 fev. 2019.

PARÁ. Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social. Boletim geral n. 012, 19 de janeiro de 2021.Belém: Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, 2021.

PASSETTI, Edson et al. Ecopolitica. São Paulo: Hedra, 2020.

PASSETTI, Edson. Menores: os prisioneiros do humanismo. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, v. 3, n. 2, p. 31-37, 1986.

PNUD - PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. O que é o RDH. . Brasília: PNUD, [2021]. Disponível em: https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-rdh.html. Acesso em 15 ago. 2021.

PNUD - PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Programa Conjunto da ONU Segurança com Cidadania: São Pedro – Vitória (ES). Brasília: PNUD, 2014b.

PNUD - PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório de Desenvolvimento Humano 2014. Brasília: PNUD, 2014a.

POPULAÇÃO denuncia situação de abandono em Melgaço, no PA. G1 Pará, Belem, 5 ago. 2013. Disponível em: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/08/populacao-denuncia-situacao-de-abandono-em-melgaco-no-pa.html. Acesso em: 2 fev. 2019.

PRAH, Kwesi Kwaa. African wars and ethnic conflicts: rebuilding failed states. New York: UNDP, 2004.

SCHULTZ, Theodore. O capital humano. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1973.

SEN, Amartya. Democracy as a Universal Value. Journal of Democracy, Washington, v. 3, n. 10, p. 3-17, 1999. Disponível em: https://www.unicef.org/socialpolicy/files/Democracy_as_a_Universal_Value.pdf

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.

SLAKMON, Catherine; VITTO, Renato (org.). Justiça restaurativa. Brasília: Ministério da Justiça; PNUD, 2005.

SPOSATO, Karyna Batista; SILVA Luciana Aboim Machado Gonçalves da. Eixo II: Justiça restaurativa e apresentação dos modelos de práticas. In: SPOSATO, Karyna Batista; SILVA Luciana Aboim Machado Gonçalves da (ed.). Curso justiça e práticas restaurativas. Brasília: SINASE, 2016.

TABAK, Jana. In the best interest of whom? Rethinking the Limits of the International Political Order through the (Re)constructions of the World Child and Child-Soldiers. 2014. Tese (Doutorado em Relações Internacionais) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, 2014.

UL HAQ, Mahbub. Reflections on human development. Oxford: Oxford University Press, 1995.

UN - UNITED NATIONS. Leave No One Behind. [2021]. Disponível em: https://unsdg.un.org/2030-agenda/universal-values/leave-no-one-behind. Acesso em: 15 ago. 2021.

UN Economic and Social Council (ECOSOC). Basic Principles on the Use of Restorative Justice Programmes in Criminal Matters, Res. 2000/14, U.N. Doc. E/2000/INF/2/Add.2 at 35 (2000). Disponível em: https://www.un.org/ruleoflaw/files/Basic%20principles%20on%20the%20use%20of%20restorative%20justice%20programmes%20in%20criminal%20matters.doc [accesso em: 8 de dezembro de 2021]
UNDP - UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Conflict prevention, peace building and responsive institutions. New York: UNDP, 2019. Disponível em: https://www.undp.org/content/undp/en/home/2030-agenda-for-sustainable-development/peace/conflict-prevention.html. Acesso em: 9 set. 2021.

UNDP - UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Working in Fragile contexts, including in middle-income countries. New York: UNDP, 2016.
UNESCO. Cultura de paz – da ação à reflexão: balanço da Década Internacional da Promoção da Cultura de Paz e Não Violência em Benefício das Crianças do Mundo. Brasília: Associação Palas Athena, 2010.

UNITED NATIONS. Responsibility to protect. [2021]. Disponível em: https://www.un.org/en/genocideprevention/about-responsibility-to-protect.shtml. Acesso em: 2 fev. 2021.

UNSTATS. The sustainable development goals report. 2016. Disponível em: https://unstats.un.org/sdgs/report/2016/leaving-no-one-behind. Acesso em: 15 ago. 2021.

VITTO, Renato de. Justiça criminal, justiça restaurativa e direitos humanos. In: SLAKMON, Catherine; VITTO, Renato de (org.). Justiça restaurativa. Brasília: Ministério da Justiça; PNUD, 2005. p. 41-52.

WACQUANT, Loïc. As prisões da miséria. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.

WALKER, Jeremy; COOPER, Melinda. Genealogies of resilience from systems ecology to the political economy of crisis adaptation. Security Dialogue, Oslo, v. 14, n. 2, 2011.

WALKER, R. B. J. Inside/Outside: Relações Internacionais como teoria política. Tradução de Luis Carlos Moreira da Silva. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2013.

WILKE, Helena. Política e PNUD: Resiliência, desenvolvimento humano e vulnerabilidades. Dissertação de Mestrado. São Paulo: PUCSP, 2017.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Criminología: aproximación desde un margen. Bogotá: Temis, 1988.

ZEBROWSKI, Chris. The nature of resilience. Resilience, London, v. 1, n. 3, p. 159-173, 2013.

ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2008.

Published

2021-12-30

How to Cite

WILKE, Helena Cecília Barreto Bruno. Neoliberal rationality and a safe approach to life: restorative practices for building resilient humans and combating vulnerabilities. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 26, n. 3, p. 568–588, 2021. DOI: 10.5433/2176-6665.2021v26n3p568. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/42937. Acesso em: 24 aug. 2024.

Issue

Section

Articles