Tradição - modernidade: a associação de médicos tradicionais de Moçambique (Ametram)o)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2016v21n2p49

Palavras-chave:

Moçambique, AMETRAMO, Tradição-modernidade

Resumo

A Associação de Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO) foi criada em setembro de 1992, com a Guerra Civil em Moçambique (1977/1992), após o processo de separação de sua metrópole, Portugal, em 1975. A Associação se constitui em um órgão regulamentado pelo governo e reúne os curandeiros que realizam atendimentos através de consultas com um oráculo ou recebimento de espíritos de antepassados e que, para atuarem, necessitam de uma carteira que comprove sua filiação a AMETRAMO. Desde o nascimento até após a morte os curandeiros interferem na vida da comunidade. Após um período de perseguição às manifestações, considerada pela FRELIMO (partido político de base marxista vencedor da Guerra Civil) como fruto da ignorância e do obscurantismo, ocorre o processo de reconhecimento e institucionalização de tais práticas. A proposta desse artigo é a de dar prosseguimento a discussão entre o binômio tradição-modernidade tendo por objeto a AMETRAMO.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Graziele Acçolini, Universidade Federal de Grande Dourados - UFGD

Doutora em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP. Professora da Universidade Federal de Grande Dourados - UFGD.

Mário Teixeira de Sá Júnior, Universidade Federal de Grande Dourados - UFGD

Doutor em Historia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP. Professor da Universidade Federal de Grande Dourados - UFGD.

Referências

ALTUNA, Raul Ruiz A. Cultura tradicional bantu. Luanda: Paulinas, 2006.

BALANDIER, Georges. A noção de situação colonial. Revista Cadernos de Campo, São Paulo, n. 3, 1993.

BOURDIEU, Pierre. Economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1987.

CASA da criança Madre Maria Clara. Disponível em: http://casamariaclara. no.sapo. pt/v2/conhecer/mapa_provincias.gif.

COSTA E SILVA, Alberto da. A enxada e a lança: a África antes dos portugueses. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.

EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Tradução de Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

GLUCKMAN, Max. Análise de uma situação social na Zululândia moderna. In: BIANCO, Bela Feldman. Antropologia das sociedades contemporâneas. São Paulo: Global, 1987.

GRANJO, Paulo. Saúde, doença e cura em Moçambique. In: LECHNER, Elsa (Ed.). Migração, saúde e diversidade cultural. Lisboa: ICS, 2009.

HONWANA, Alcinda Manuel. Espíritos vivos, tradições modernas: possessão de espíritos e reintegração social pós-guerra no sul de Moçambique. Maputo: Promedia, 2002.

INE - Instituto Nacional de Estatística, 2007.

UPER, Adam. Antropólogos e antropologia. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.

MALANDRINO, Brígida Karla. Os mortos estão vivos: a influência dos defuntos na vida familiar segundo a tradição Bantú. Revista Último Andar, São Paulo, n. 10, 2010.

MARTINEZ, Francisco Lerma. O povo Macua e sua cultura. 3. ed. Maputo: Edições Paulinas, 2009.

MENEZES, Maria Paula. Poderes, direitos e cidadania: O ‘retorno’ das autoridades tradicionais em Moçambique. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, v. 87, p. 9-42, 2009.

MOTTA, Antonio. Travessias africanas: Michel Leiris e o início das pesquisas africanistas em França. In: TRAJANO FILHO, Wilson. Travessias antropológicas: estudos em contextos africanos. Brasília: ABA Publicações, 2012.

NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Portugal: Publicação Europa América, 2012.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco. O Nosso Governo: os Ticuna e o regime tutelar. São Paulo: Marco Zero, 1988.

SANTOS, Boaventura de Sousa. O Estado Heterogêneo e o Pluralismo Jurídico. In: BOAVENTURA de Sousa, TRINDADE, João Carlos. Conflito e transformação social: uma paisagem das justiças em Moçambique. Porto: Afrontamento, 2003. v. 1, p. 47- 95.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências na transição para uma ciência pós-moderna. Estudos Avançados, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 46-71, ago. 1988.

Downloads

Publicado

2016-12-28

Como Citar

ACÇOLINI, Graziele; SÁ JÚNIOR, Mário Teixeira de. Tradição - modernidade: a associação de médicos tradicionais de Moçambique (Ametram)o). Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 21, n. 2, p. 49–70, 2016. DOI: 10.5433/2176-6665.2016v21n2p49. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/27991. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê