Tão filhas sendo mães: relato de duas observações de bebês e suas mães pelo método de observação Esther Bick
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2023v8n2p329Palavras-chave:
Metodo de observação Esther Bick; bebê-mãe/cuidador; filha-mãe; maternidade.Resumo
Este artigo objetiva relatar e analisar aspectos primitivos maternos em duas observações de bebês com suas mães, por meio do Método Esther Bick. Após o momento de contato e contrato estabelecido com as famílias, ficou acordado que as visitas semanais aconteceriam, online via câmera do celular das observadoras, em dia e hora previamente definidos. Assim, as observadoras iniciaram o percurso que durou um ano e alguns meses. Observou-se o desenvolvimento do bebê na relação com o cuidador e seu entorno. Nas supervisões, discutíamos o potencial terapêutico do método, baseado na função continente do observador, e destacamos transformações no seu papel e da dupla cuidador-bebê. Neste trabalho, apresentamos recortes de duas observações: o relato da bebê Zara e sua mãe Nina, e da bebê Manu e sua mãe Anny. As observações evidenciam a postura empática das observadoras que, por uma atitude silenciosa e sutil, ofereceram um holding para a dupla mãe-bebê. Isso se evidenciava sentirem-se à vontade na presença das observadoras, sobre saber a respeito de sua bebê. Entretanto, atentou-se a ambas, jovens mães, mesmo de origens distintas, ainda permanecem às custas da família. Pareceu-nos que estavam tão filhas sendo mães, mas não as impediu de sustentarem os seus lugares na constelação da maternidade.
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