Pedagogia decolonial em uma unidade socioeducativa: desafios e práticas na Amazônia Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2025v20.e53118Palavras-chave:
Educação decolonial, Socioeducação, InterculturalidadeResumo
Este artigo apresenta resultados de investigação sobre os desafios e possibilidades da pedagogia decolonial em uma unidade socioeducativa da região metropolitana de Belém- PA, analisando como a incorporação de epistemologias marginalizadas pode transformar práticas educativas em contextos de privação de liberdade. Por meio de análise documental crítica, examinamos iniciativas como letramentos de reexistência (com uso do hip-hop), saraus artísticos e oficinas de bonecas Abayomi, que valorizam saberes periféricos e amazônicos. A pesquisa revela que, embora o Documento Curricular do Estado do Pará apresente avanços teóricos na perspectiva decolonial, sua implementação esbarra em lacunas práticas, como a falta de diretrizes para integrar culturas juvenis e a manutenção de hierarquias epistêmicas eurocêntricas. Concluímos que a educação socioeducativa só se tornará emancipatória ao romper com paradigmas colonialistas, garantindo protagonismo juvenil e formação docente alinhada à interculturalidade crítica. O estudo reforça a urgência de políticas que articulem educação, cultura e justiça, transformando as unidades em espaços de produção crítica de conhecimento.
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