O que se pode apreender dos resíduos de performances verbi-voco-corporais no contexto de slams de poesia?
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2024v19.e50310Palavras-chave:
Slam de poesia, poesia falada, performance, oralidade, literatura periféricaResumo
Os slams de poesia são conhecidos por muitas pessoas que nunca os acompanharam presencialmente, mas que já assistiram aos inúmeros vídeos disponíveis nas redes. No Brasil, essas disputas são protagonizadas por sujeitos oriundos das periferias e ocorrem em espaços públicos, características frequentemente destacadas por estudiosos/as que as descrevem como uma prática decolonial, por ressignificar a ideia de quem pode fazer poesia e por onde ela pode circular. Tendo em vista a efemeridade de uma performance, que está em foco nesses campeonatos de poesia oral, e a importância da interação do público e das demais circunstâncias que contribuem com a sua composição, este artigo tem como objetivo refletir sobre o que é possível recuperar tendo como corpus somente os registros audiovisuais encontrados nas redes. Esta análise tem como base a comparação de duas performances distintas para um mesmo poema, assistidas presencialmente no Slam da Guilhermina, e as observações se ancoram nos vídeos publicados por esse coletivo e no que foi experienciado neste evento. Com isso, conclui-se que, a partir dos registros do que foram as performances, pode-se compreender algumas características da competição, mas não os fatos que aconteceram antes e durante certas apresentações, colaborando com a coconstrução de seus sentidos.
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