Análise multivariada para caracterizar ambientes de produção de linhaça no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n6SUPL2p3685Palavras-chave:
Agroecossistemas, Condições edafoclimáticas, Linun usitatissimum L., Componentes principais, Produção sustentável.Resumo
Os ambientes de produção de linhaça e sua relação solo-planta-atmosfera é fundamental para distingui-los e adaptá-los ao manejo do solo e da cultura para obtenção de elevados rendimentos sustentáveis e diversificação alimentar. Nosso objetivo foi caracterizar as principais condições edafoclimáticas para a produção de linhaça no Centro-Sul, Brasil. Os experimentos foram conduzidos em dois locais representativos das condições edafoclimáticas do Centro-Sul, Brasil: 1 - Dourados, MS, com clima Aw e LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico (Haplustox) e 2 - Curitibanos, SC, com clima Cfb e CAMBISSOLO HÚMICO (Haplumbrept), ambas cultivadas com quatro variedades de linhaça: Aguará e Caburé da Argentina, UFSC (coloração marrom-avermelhada) e Dourada (coloração amarelo-ouro) do Brasil, cultivadas em sistema plantio direto e baixo input. Foram monitorados dados de clima (temperatura do ar e precipitação), crescimento da planta, atributos químicos e físico-hídricos do solo e qualidade pós-colheita da semente de linhaça. Os dados foram submetidos à matriz de correlação de Pearson’s (P < 0,05) e a análise multivariada de componentes principais (PCA). O PCA segregou os ambientes edafoclimáticos e variedades em quatro grupos distintos. Em cada condição edafoclimática a PCA identificou atributos específicos que os diferenciaram ( > 78%). A menor altura de planta ( < 0,85m), menor comprimento do ciclo (120-142 dias) e alto rendimento ( = 1,13 Mg ha-1), especialmente a linhaça amarelo-ouro, foram encontrados em Dourados. O carbono orgânico do solo e a chuva atuaram diretamente no ambiente de Curitibanos, enquanto o balanço de carga e a resposta a temperatura do ar em Dourados influenciam a produção de linhaça. Os atributos físicos dos grãos e do solo foram semelhantes entre os ambientes investigados. Ambos os ambientes agrícolas apresentaram viabilidade para a produção sustentável de linhaça no Brasil, é importante ressaltar que esses resultados são pioneiros, principalmente nas condições edafoclimáticas de Dourados.Referências
Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., Moraes, J. L. G. de, & Sparovek, G. (2013). Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6), 711-728. doi: 10.1127/0941-2948/201 3/0507
Bechlin, T. R., Granella, S. J., Christ, D., Coelho, S. R. M., & Viecelli, C. A. (2019). Evaluation of grain and oil quality of packaged and ozonized flaxseed. Journal of Stored Products Research, 83(4), 311-316. doi: 10.1016/j.jspr.2019.07.014
Bosco, L. C., Becker, D., Stanck, L. T., Carducci, C. E., & Harthmann, O. E. L. (2020). Linking meteorological conditions to linseed productivity and phenology in agroecosystems of Southern Brazil. Brazilian Journal of Development, 6(5), 24838-24868. doi: 10.34117/bjdv6n5-077
Carducci, C. E., Bosco, L. C., Kohn, L. S., Barbosa, J. S., Regazolli, G. H. M., & Benevenute, P. A. N. (2017). Water dynamics in Humic Cambisol under linseed tillage in the Santa Catarina Plateau. Scientia Agraria, 18(1), 1-11. doi: 10.5380/rsa.v18i1.49885
Carducci, C. E., Schoeninger, V., Xavier, J. C., Ferreira, R. C., & Freitas, K. G. (2018). Soil and seed quality of flax grown in a conservation management system. Cadernos de Agroecologia, 13(2), 1-10. Recuperado de http://cadernos.aba-agroecologia.org.br/index.php/cadernos/article/view/2020
Casa, R., Russell, G., Cascio, B. L., & Rossini, F. (1999). Environmental effects on linseed (Linum usitatissimum L.) yield and growth of flax at different stand densities. European Journal of Agronomy, 11(3-4), 267-278. doi: 10.1016/S1161-0301(99)00037-4
Chen, Y. L., Zhang, Z. S., Zhao, Y., Hu, Y. G., & Zhang, D. H. (2018). Soil carbon storage along a 46-year revetation chronosequence in a desert are of northern China. Geoderma, 325(17), 28-36. doi: 10.10116 /j.geoderma.2018.03.024
Coskuner, Y., & Karababa, E. (2007). Some physical properties of flaxseed (Linum usitatissimum L.). Journal of Food Engineering, 78(3), 1067-1073. doi: 10.1016/j.jfoodeng.2005.12.017
Darapuneni, M. K., Morgan, G. D., Ibrahim, A. M. H., & Ducan, R. W. (2014). Effect of vernalization and photoperiod on flax flowering time. Euphytica, 195(2), 279-285. doi: 10.1007/s10681-013-0996-x
Ebmeyer, H., Fiedler-Wiechers, K., & Hoffmann, C. M. (2021). Drought tolerance of sugar beet - evaluation of genotypic differences in yield potential and yield stability under varying environmental conditions. European Journal of Agronomy, 125(4), 126262. doi: 10.1016/j.eja.2021.126262
Ferreira, M. M., Fernades, B., & Curi, N. (1999). Influência da mineralogia da fração argila nas propriedades físicas de Latossolos da região sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 23(3), 515-524. doi: 10.1590/S0100-06831999000300004
Figueiredo, D. B., Fº., & Silva, J. A., Jr. (2009). Desvendando os mistérios do coeficiente de correlação de Pearson (r). Revista Política Hoje, 18(1), 115-146. Recuperado de https://periodicos.ufpe.br/revistas/ politicahoje/article/view/3852/3156
Flax Council Canada (2020). Growing flax production, management & diagnostic guide. Retrieved from https://flaxcouncil.ca/
Food and Agriculture Organization, FAO. FAOSTAT: Food and Agriculture Organization of the United Nations. Production quantities of Linseed by country (2020). Retrieved from http://www.fao.org/faostat/ en/#data/QC/visualize.
Gu, F., Zheng, Y., Zhang, W., Yao, X., Panc, D., Wong, A. S. M.,… Sharmin, N. (2018). Can bamboo fibres be an alternative to flax fibres as materials for plastic reinforcement? A comparative life cycle study on polypropylene/flax/bamboo laminates. Industrial Crops and Products, 121(11), 372-387. doi: 10.1016/ j.indcrop.2018.05.025
Heller, K., Sheng, Q. C., Guan, F., Alexopoulou, E., Hua, L. S., Wu, G. W., Jankauskiene, Z., & Fu, W. Y. (2015). A comparative study between Europe and China in crop management of two types of flax: flaxseed and fibre flax. Industrial Crops and Products, 68(6), 24-31. doi: 10.1016/j.indcrop.2014.07.01 0
Instituto Adolfo Lutz (2008). Normas analíticas do instituto Adolfo Lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. (4nd ed.). Brasília: ANVISA. Recuperado de http://www.ial.sp.gov.br/ial/ publicacoes/livros/
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2020). Censo Agropecuário 2017 - Linho fibra. Recuperado de https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/templates/censo_agro/resultadosagro/agricultura.html? localidade =41&tema=76490
IUSS Working Group WRB. (2014). World reference base for soil resources. World Soil Resources Report (v. 106). Rome: Fao. Retrieved from http://www.fao.org/soils-portal/data-hub/soil-classification/world-reference-base/en/
Kohn, L. S., Carducci, C. E., Barbosa, J. S., Bosco, L. C., & Rossoni, D. F. (2020). Effect of flaxseed root performance on the structural quality of a Haplumbrept under conservationist management system, in Santa Catarina, Brazil. Semina: Ciências Agrárias, 41(6), 2523-2540. doi: 10.5433/1679-0359.2020 v41 n6p2523
Kohn, L. S., Carducci, C. E., Silva, K. C. R., Barbosa, J. S., Fucks, J. S., & Benevenute, P. A. N. (2016). Development of linseed (Linum usitatissimum L.) roots in two years tillage in Inceptsol. Scientia Agraria, 17(1), 36-41. doi: 10.5380/rsa.v17i1.46191
Magalhães, C. A. S., Pedreira, B. C., Tonini, H., & Farias, A. L., Neto. (2019). Crop, livestock and forestry performance assessment under different production systems in the north of Mato Grosso, Brazil. Agroforestry System, 93(10), 2085-2096. doi: 10.1007/s10457-018-0311-x
Manly, B. J. F. (2008). Métodos estatísticos multivariados: uma introdução (3a ed.) Porto Alegre: Bookman.
MAPA (2009). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. In. Regras para análise de sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília, DF, Brazil: Mapa/ACS, 2009. Recuperado de https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/laboratorios/ arquivos-publicacoes-laboratorio/regras-para-analise-de-sementes.pdf/view
Milisich, H. J. (2017). Se obtuvieron dos nuevos cultivares de liño. Entre Ríos, Argentina: Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuaria. Retrieved from http://inta.gob.ar/noticias/se-obtuvieron-dos-nuevos-cultivares-de-lino (In Espanish)
Mohsenin, N. N. (1970). Physical properties of plant and animal materials. New York: Gordon and Breach Science Publishers Inc.
Moncada, M. P., Ball, B. C., Gabriels, D., Lobo, D., & Cornelis, W. M. (2015). Evaluation of soil physical quality index s for some tropical and temperate medium-textured soils. Soil Science Society of American Journal, 79(1), 9-19. doi: 10.2136/sssaj2014.06.0259
R Core Team (2019). R: A language and environment for statistical computing. Vienna, Austria: R Foundation for Statistical Computing. Retrieved from http://www.R-project.org/
Santos, H. G., Jacomine, P. K. T., Anjos, L. H. C., Oliveira, V. A., Lumbreras, J. F., Coelho, M. R.,… Cunha, T. J. F. (2018). Brazilian soil classification (5nd ed. rev. and exp.). Brasília, DF: EMBRAPA. Retrieved from https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1094001/brazilian-soil-classification-system
Serafim, M. E., Oliveira, G. C., Lima, J. M., Silva, B. M., Zeviani, W. M., & Lima, V. M. P. (2013). Water availability and landscape distinction for coffee cultivation. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 17(4), 362-370. doi: 10.1590/S1415-43662013000400002
Severiano, E. C., Oliveira, G. C., Dias, M. S., Jr., Curi, N., Costa, K. A. P., & Carducci, C. E. (2013). Preconsolidation pressure, soil water retention characteristics, and texture of Latosols in the Brazilian Cerrado. Soil Research, 51(1), 193-202. doi: 10.1071/SR12366
Singh, K. K., Mridula, D., Rehal, J., & Barnwal, P. (2011). Flaxseed: a potential source of food, feed and fiber. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 51(3), 210-222. doi: 10.1080/10408390903537 241
Smith, J. M., & Froment, M. A. (2008). A growth stage key for winter linseed (Linum usitatissimum). Annals of Applied Biology, 133(2), 297-306. doi: 10.1111/j.1744-7348.1998.tb05829.x
Soil Survey Staff (2014). Keys to soil taxonomy (12nd ed.). Washington, D.C.: Department of Agriculture, Natural Resources Conservation Service. Retrieved from https://www.nrcs.usda.gov/wps/portal/nrcs/ detail/soils/survey/class/taxonomy/?cid=nrcs142p2_053580
Stanck, L.T., Becker, D., & Bosco, L. C. (2017). Flaxseed growth and productivity. Agrometeoros, 25(1), 249-256. doi: 10.31062/agrom.v25i1.26285
Teixeira, P. C., Donagemma, G. K., Fontana, A., & Teixeira, W. G. (2017). Manual de análise de solo (3a ed. rev. e ampl.). Brasília, DF: EMBRAPA. Recuperado de https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1085209/manual-de-metodos-de-analise-de-solo
Troshchynska, Y., Bleha, R., Kumbarová, L., Sluková, M., Sinica, A., & Štětina, J. (2019). Discrimination of flax cultivars based on visible diffusion reflectance spectra and colour parameters of whole seeds. Czech Journal of Food Science, 37(3), 199-204. doi: 10.17221/202/2018-CJFS
Zająç, T., Oleksy, A., Stoktosa, A., Klimek-Kopyra, A., & Kulig, B. (2013). The development competition and productivity of linseed and pea-cultivars grown in a pure sowing or in a mixture. European Journal of Agronomy, 44(1), 22-31. doi: 10.1016/j.eja.2012.08.001
Zinn, Y. L., Lal, R., Bigham, J. M., & Resck, D. V. S. (2007). Edaphic controls on soil organic carbon retention in the Brazilian Cerrado: texture and mineralogy. Soil Science Society of American Journal, 71(4), 1204-1214. doi: 10.2136/sssaj2006.0014
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Semina: Ciências Agrárias

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados são de direito da revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.