Exigências térmicas e impactos do acúmulo de frio na fenologia de cultivares de oliveira (Olea europaea L.) no Sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2025v46n2p629Palavras-chave:
Olea europaea L, Soma térmica acumulada, PCA, Subtropical, Exigência de frio.Resumo
As exigências térmicas de frio e calor desempenham um papel fundamental no ciclo fenológico da oliveira (Olea europaea L.), influenciando o início da brotação, a floração e a produtividade. Este estudo avaliou as exigências térmicas de quatro cultivares de oliveira - Arbequina, Koroneiki, Picual e Arbosana- na região da Campanha do Rio Grande do Sul, Brasil, ao longo de oito ciclos fenológicos (2015/2016 a 2023/2024). Foram determinados os estádios de brotação e floração, além de analisadas as horas de frio (HF), unidades de frio (UF) e a soma térmica acumulada (STa) para cada cultivar. Os resultados mostraram que o acúmulo de frio variou de 136 a 419 HF, enquanto a STa variou de 61,50 °C.dia⁻¹ a 161,40 °C.dia⁻¹ para brotação, e de 110,98 °C.dia⁻¹ a 242,80 °C.dia⁻¹ para floração. Cultivares precoces, como Arbequina e Koroneiki, apresentaram menor exigência em frio e maior STa, enquanto ‘Picual’ demandou maior acúmulo de frio e menor STa. A análise de componentes principais revelou correlações entre as variáveis, evidenciando que invernos amenos anteciparam os eventos fenológicos Os resultados evidenciam uma correlação negativa entre acúmulo de frio e calor. A insuficiência de frio comprometeu a sincronia da floração, com impactos potenciais na polinização e produção. As cultivares precoces mostraram-se mais adequadas a invernos amenos, enquanto cultivares tardias, como 'Picual', podem ser mais vulneráveis às mudanças climáticas. Este estudo destaca a importância de adaptar o manejo da oliveira às condições locais e à escolha de cultivares adequadas para garantir a produtividade em regiões subtropicais emergentes.
Downloads
Referências
Abou-Saaid, O., Yaacoubi, A. E., Moukhli, A., Bakkali, A. E., Oulbi, S., Delalande, M., Farrera, I., Kelner, J. J., Lonchon-Menseau, S. Modafar, C. E., Zaher, H., Khadari, B. (2022). Statistical approach to assess chill and heat requirements of olive trees based on flowering date and temperatures data: towards selection of adapted cultivars to global warming. Agronomy, 12(12), 2975. doi: 10.3390/agronomy12122975
Dias, C. S., Arias-Sibillotte, M., Tiscornia, G., Severino, V., Pasa, M., Herter, F. G., & Conde-Innamorato, P. (2022). Low spring temperature may negatively influence olive yield. Australian Journal of Crop Science, 16(9), 1094-1100. doi: 10.21475/ajcs.22.16.09.p3602
Elloumi, O., Ghrab, M., Chatti, A., Chaari, A., & Mimoun, M. B. (2020). Phenological performance of olive tree in a warm production area of central Tunisia. Scientia Horticulturae, 259(6), 108759. doi: 10.1016/j. scienta.2019.108759
Instituto Brasileiro de Olivicultura (2024). Projeção do mercado oleícola para os próximos anos. IBRAOLIVA. https://www.ibraoliva.com.br
Köppen, W. (1931). Climatologia. Fundo de Cultura Econômica.
Maniriho, F. (2022). Flower differentiation and fruiting dynamics in olive trees (Olea europaea): eco-physiological analysis in the Mediterranean basin. Advances in Horticultural Science, 36(1), 53-62. doi: 10.36253/ahsc-12444
Medina-Alonso, M. G., Navas, J. F., Cabezas, J. M., Weiland, C. M., Ríos-Mesa, D., Lorite, I. J., & La Rosa, R. de. (2020). Differences on flowering phenology under Mediterranean and Subtropical environments for two representative olive cultivars. Environmental and Experimental Botany, 180, 104239. doi: 10. 1016/j.envexpbot.2020.104239
Melo-Abreu, J. P. de, Barranco, D., Cordeiro, A. M., Tous, J., Rogado, B. M., & Villalobos, F. J. (2004). Modelling olive flowering date using chilling for dormancy release and thermal time. Agricultural and Forest Meteorology, 125(1-2), 117-127. doi: 10.1016/j.agrformet.2004.02.009
Murray, M. B., Cannell, M. G. R., & Smith, R. I. (1989). Date of budburst of fifteen tree species in Britain following climatic warming. Journal of Applied Ecology, 26.(2), 693-700. doi: 10.2307/2404093
Navas-Lopez, J. F., León, L., Rapoport, H. F., Moreno-Alías, I., Lorite, I. J., & La Rosa, R. de. (2019). Genotype, environment and their interaction effects on olive tree flowering phenology and flower quality. Euphytica, 215(184), 1-13. doi: 10.1007/s10681-019-2503-5
Ometto, J. C. (1981). Bioclimatologia vegetal. Agronômica Ceres.
Orlandi, F., Garcia-Mozo, H., Ezquerra, L. V., Romano, B., Dominguez, E., Galán, C., & Fornaciari, M. (2004). Phenological olive chilling requirements in Umbria (Italy) and Andalusia (Spain). Plant Biosystems, 138(2), 111-116. doi: 10.1080/11263500412331283762
Ozdemir, Y. (2016). Effects of climate change on olive cultivation and table olive and olive oil quality. Horticulture, 60, 65-59.
Rojo, J., Orlandi, F., Em Dhiab, A., Lara, B., Picornell, A., Oterosm, J., & Pérez-Badia, R. (2020). Estimation of chilling and heat accumulation periods based on the timing of olive pollination. Forests, 11(8), 835. doi: 10.3390/f11080835
Rubio-Valdés, G., Cabello, D., Rapoport, H. F., & Rallo, L. (2022). Olive bud dormancy release dynamics and validation of using cuttings to determine chilling requirement. Plants, 11(24), 3461. doi: 10.3390/plants 11243461
Sanz-Cortés, F., Martinez-Calvo, J., Badenes, M. L., Bleiholder, H., Hack, H., Llacer, G., & Meier, U. (2002). Phenological growth stages of olive trees (Olea europaea L.). Annals of Applied Biology, 140(2), 151-157. doi: 10.1111/j.1744-7348.2002.tb00167.x
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Flávia Lourenço da Silva , Samuel Francisco Gobi, Vagner Brasil Costa, Flávio Gilberto Herter

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Agrárias adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista.
Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.