O aumento da população de plantas pode trazer ganhos ou perdas para a cultura da soja em Plintossolos Pétricos?
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2025v46n3p711Palavras-chave:
Tocantins, MATOPIBA, Cascalho, Seca, Estande.Resumo
A crescente demanda mundial por soja tem impulsionado a incorporação de áreas com solos de baixa aptidão agrícola, como os Plintossolos Pétricos. Entretanto, a grande maioria dos cultivos anuais nestes solos não dispõe de um portfólio tecnológico adequado e sustentável, que mantenha a estabilidade da produtividade frente às mudanças climáticas. Um dos principais desafios para o cultivo de soja nestes ambientes é a formação de um estande adequado, o que pode trazer ganhos expressivos em produtividade. Neste contexto, questiona-se se as respostas da soja às variações de estande no Plintossolo Pétrico seriam proporcionais ou mais intensas que as respostas às variações de estande no Latossolo. Questiona-se ainda como a competição intraespecífica das plantas de soja em Plintossolos Pétricos (com menor oferta ambiental, principalmente disponibilidade de água) poderia ser influenciada pelo tipo de ambiente em que a cultura se desenvolve. E ainda, se um solo apresentar menor disponibilidade de água que outro, como um Plintossolo Pétrico, maiores populações poderiam ser mais prejudiciais à produtividade, pois poderiam retirar com maior rapidez a água dos solos? Assim, este trabalho propõe a comparação de populações diferentes, de dois cultivares com tolerância diferencial à seca, em ambientes com Plintossolo Pétrico e Latossolo, na busca de um manejo mais adequado do cultivo desta leguminosa em Plintossolo Pétrico. De acordo com os resultados observados, há variação de resposta das duas cultivares aos dois solos. Maiores densidades populacionais só trouxeram ganhos de produtividade no Latossolo. Embora a produtividade não seja proporcional ao aumento do estande de plantas em Plintossolos Pétrico, esse aumento assegurou a maior área foliar e altura de plantas.
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