Habitus and Contract: Behind Gender Inequality in the Ministry of Foreign Affairs

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2024v29n2e49146

Keywords:

gender, Itamaraty, Ministry of Foreign Affairs, habitus, racial-sexual contract

Abstract

Who can speak for the state? Although the noun ‘diplomat’ includes both genders, diplomacy is not attributed to what is considered as ‘feminine’
characteristics, nor even with the figure of a woman herself. This article aims to contribute to the discussion in the field of women’s participation in public service, focusing on high‐level bureaucracy – more precisely, the diplomatic
career. The main question here concerns what lies behind the structural and structuring inequalities in the Ministry of Foreign Affairs (MRE) and the Rio
Branco Institute (Itamaraty), using gender as an analytical lens – but, of course, without disregarding issues of race and sexuality. To this end, we observed (i) the history of women entering the career since the beginning of the Brazilian republic; (ii) the practices that constitute the diplomatic habitus and ethos, from initial training at Itamaraty to the arrival at the MRE; and (iii) the racial‐sexual contract that circumscribes the practices of domination in the institution.

Author Biographies

Jéser Abílio de Souza, Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro (PUC-RIO)

Master's degree in Political Science from the Federal University of Minas Gerais (2021). PhD candidate in International Relations at the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro.

Ana Gabriela de Castro Cordeiro, Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro (PUC-RIO)

Graduated in International Relations from the Federal Fluminense University (2020). Master's student in International Relations at the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro.

Raquel Conceição Santos, Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro (PUC-RIO)

Bachelor's degree in Humanities from the Federal University of Bahia (2021). Master's student in International Relations at the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro.

References

ASSOCIAÇÃO DOS DIPLOMATAS BRASILEIROS (ADB). Pesquisa “Perfil Sociográfico e Estudo de Carreira da Diplomacia Brasileira”. 23 nov. 2023. Disponível em: https://adb.org.br/wp-content/uploads/2023/11/PESQUISA-PERFIL-SOCIOGRAFICO-E-ESTUDO-DE-CARREIRA.pdf. Acesso em: 1 dez. 2023.

AMDB – ASSOCIAÇÃO DAS MULHERES DIPLOMATAS BRASILEIRAS. Quem somos? Brasília, DF: AMDB, 2023a. Disponível em: https://mulheresdiplomatas.org/quem-somos. Acesso em: 5 jan. 2024.

AMDB – ASSOCIAÇÃO DE MULHERES DIPLOMATAS BRASILEIRAS. GT de monitoramento da paridade de gênero no MRE: mulheres em posição de chefia em postos no exterior. Brasília, DF: AMDB, 2023b. Disponível em: https://img1.wsimg.com/blobby/go/22800fab-ef46-479e-bdfc-c62211c5ba73/downloads/GT-Monitoramento-Postos-20230131_Quadro_inicia.pdf?ver=1703074760687. Acesso em: 7 jan. 2024.

AZAMBUJA, Marcos de. Casa bem-assombrada. Folha Revista Piauí, São Paulo, ed. 54, mar. 2011. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/casa-bem-assombrada/. Acesso em: 10 out. 2023.

AZEVEDO, Célia Maria Marinha. Cota racial e Estado: abolição do racismo ou direitos de raça?. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 121, p. 213-239, jan./abr. 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-15742004000100010 DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-15742004000100010

BALBINO, Viviane Rios. Diplomata, substantivo comum de dois gêneros: um estudo sobre a presença das mulheres na diplomacia brasileira. Brasília, DF: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Difusão Editorial, 1989.

BOURDIEU, Pierre. O senso prático. Petrópolis: Vozes, 2009.

BRASIL. Decreto-lei n. 791, de 14 de outubro de 1938. Reorganiza o Ministério das Relações Exteriores. Rio de Janeiro: Câmara dos Deputados, 1938. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1930-1939/decreto-lei-791-14-outubro-1938-350339-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 5 jan. 2024.

BRASIL. Lei n. 2.171, de 18 de janeiro de 1954. Dispõe sôbre o ingresso na carreira de diplomata. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1954. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L2171.htm#:~:text=LEI%20No%202.171%2C%20DE%2018%20DE%20JANEIRO%20DE%201954.&text=Art.,Par%C3%A1grafo%20%C3%BAnico. Acesso em: 5 jan. 2024.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Seminário “Relações internacionais, política externa e gênero: reflexões em homenagem a Maria José de Castro Rebello Mendes”. Fundação Alexandre de Gusmão, Brasília, DF, 19 set. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/funag/pt-br/centrais-de-conteudo/noticias/seminario-201crelacoes-internacionais-politica-externa-e-genero-reflexoes-em-homenagem-a-maria-jose-de-castro-rebello-mendes201d. Acesso em: 7 jan. 2024.

GALA, Irene Vida. Diplomatas brasileiras defendem paridade de gênero e mais diversidade no Itamaraty. [Entrevista cedida a] Fabiana Ceyhan. Brasília in Foco, Brasília, DF, 14 out. 2023. Disponível em: https://brasiliainfoco.com/diplomatas-brasileiras-defendem-paridade-de-genero-e-mais-diversidade-no-itamaraty/. Acesso em: 7 jan. 2024.

CHEIBUB, Zairo Borges. Diplomacia e construção institucional: o Itamaraty em uma perspectiva histórica. Dados, Rio de Janeiro, v. 28, n. 1, p. 113-131, 1985. Disponível em: https://dados.iesp.uerj.br/en/artigos/?id=299. Acesso em: 10 out. 2023.

CHUTANDO a escada: elas: mulheres na diplomacia brasileira, com Karla Gobo. Entrevistadores: Débora Frado e Carol Pavese. Entrevistada: Karla Gobo. [S.l.]: Chutando a Escada, 27 mar. 2018. Podcast. Disponível em: https://open.spotify.com/episode/5vpq1SHR6ds2Oh5LeGL0hc?si=MZN2VjneSqedUJ_Mq8vUxw. Acesso em: 22 jul. 2018.

COCKLES, Mariana; STEINER, Andrea Quirino. As mulheres na carreira diplomática brasileira: considerações sobre admissão, hierarquia e ascensão profissional. Monções, Dourados, v. 6, n. 11, p. 250-280, jan./jun. 2017. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/6918/3891. Acesso em: 15 set. 2023. DOI: https://doi.org/10.30612/rmufgd.v6i11.6918

CORÁ, Camilla; SILVEIRA, Isadora Loreto da; PAIVA, Maria Eduarda; PARRA, Mariana Marshall; TARNOVSKI, Riane Laís. Progressão funcional das mulheres diplomatas no Ministério das Relações Exteriores. LexCult, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 102-125, set. 2018. DOI: https://doi.org/10.30749/2594-8261.v2n2p102-125 DOI: https://doi.org/10.30749/2594-8261.v2n2p102-125

DELAMONICA, Laura Berdine Santos. Mulheres diplomatas brasileiras. 2014. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2014. Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/16802. Acesso em: 5 jan. 2024.

ENLOE, Cynthia. Bananas, beaches and bases. Los Angeles: University of California Press, 2014. DOI: https://doi.org/10.1525/9780520957282

ESTRE, Felipe Bernardo. Diplomatic tales: diplomacy as myth construction in Brazil. 2022. Tese (Doutorado em Relações Internacionais) – Instituto de Relações Internacionais, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022. DOI: https://doi.org/10.11606/T.101.2022.tde-15092022-144335 DOI: https://doi.org/10.11606/T.101.2022.tde-15092022-144335

FARIAS, Rogério; CARMO, Géssica. As mulheres na carreira diplomática brasileira: uma análise do ponto de vista da literatura sobre mercado de trabalho e gênero. Mundorama, Brasília, v. 101, p. 1, 2016. Disponível em: https://mundoramanet.wordpress.com/2016/01/15/as-mulheres-na-carreira-diplomatica-brasileira-uma-analise-do-ponto-de-vista-da-literatura-sobre-mercado-de-trabalho-e-genero-por-rogerio-de-souza-farias-gessica-carmo/. Acesso em 15 set. 2023.

FRANCO, Marielle. Mulher, negra, favelada e parlamentar: resistir é pleonasmo. In: RUBIM, Linda; ARGOLO, Fernanda (org.). O golpe na perspectiva de gênero. Salvador: Edufba, 2018. p. 117-126.

FRIAÇA, Guilherme José Roeder. Mulheres diplomatas no Itamaraty (1918-2011): uma análise de trajetórias, vitórias e desafios. Brasília, DF: Fundação Alexandre de Gusmão, 2018.

GILL, Andréa; PIRES, Thula. From binary to intersectional to imbricated approaches: gender in a decolonial and diasporic perspective. Contexto Internacional, v. 41, 2019, p. 275-302. DOI: https://doi.org/10.1590/s0102-8529.2019410200003

GOBO, Karla Lisandra. Da exclusão à inclusão consentidas: negros e mulheres na diplomacia brasileira. In: CONGRESSO LATINOAMERICANO DE CIÊNCIA POLÍTICA, 9., 2017, Montevideo. Anais [...]. Montevideo: ALACIP, 2017. Disponível em: http://www.congresoalacip2017.org/arquivo/downloadpublic2?q=YToyOntzOjY6InBhcmFtcyI7czozNToiYToxOntzOjEwOiJJRF9BUlFVSVZPIjtzOjQ6IjIzODkiO30iO3M6MToiaCI7czozMjoiNTExNzgxY2JiMThkYTQwZDY4NDViYjRlYjlhZmQ1MmIiO30%3D. Acesso em: 7 jan. 2024.

GOBO, Karla Lisandra. Noblesse d'état: do campo ao habitus da diplomacia brasileira. 2016. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016. DOI: https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2016.982470 DOI: https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2016.982470

GOBO, Karla Lisandra. O palácio é a casa: distinção e burocracia. Monções, Dourados, v. 8, n. 15, p. 597-620, 2019. DOI: https://doi.org/10.30612/rmufgd.v8i15.11541 DOI: https://doi.org/10.30612/rmufgd.v8i15.11541

HACIA una política exterior con perspectiva de género. Buenos Aires: Chancelaria Argentina, 2021. 1 vídeo (2 h). Publicado pelo canal Cancillería Argentina. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fZ06eEzVmVU. Acesso: 14 set. 2023.

JUNQUEIRA, Caio. Diplomatas apontam falta de critérios em promoções e pressionam Itamaraty. CNN Brasil, São Paulo, 30 nov. 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/diplomatas-apontam-falta-de-criterios-em-promocoes-e-pressionam-itamaraty/. Acesso em: 7 jan. 2024.

LEANDER, Anna. Thinking tools. In: KLOTZ, Audie; PRAKASH, Deepa (ed.). Qualitative methods in international relations: a pluralist guide. New York: Palgrave Macmillan, 2008. p. 11-27.

LOPES, Mauro. Itamaraty: pode estar perto a primeira greve da diplomacia brasileira. Fórum, Guarulhos, 27 nov. 2023. Disponível em: https://revistaforum.com.br/opiniao/2023/11/27/itamaraty-pode-estar-perto-primeira-greve-da-diplomacia-brasileira-148442.html. Acesso em: 5 jan. 2024.

MATSUOKA, Emiko Aparecida de Castro; SILVA, Leonardo Passinato e. As políticas de ações afirmativas no concurso de admissão à carreira de diplomata: experiências e desafios. Boletim de Análise Político-Institucional do IPEA, n. 31, p. 63-70, fev. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.38116/bapi31art6 DOI: https://doi.org/10.38116/bapi31art6

MILLS, Charles W. The racial contract. Ithaca: Cornell University Press, 1997.

MOURA, Cristina Patriota de. O Instituto Rio Branco e a diplomacia brasileira: um estudo de carreira e socialização. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 2007.

OLIVEIRA, Ana Paula Conceição. Diplomatas negros(as): ação afirmativa no Instituto Rio Branco e trajetórias de diplomatas (ex) bolsistas. 2011. Dissertação (Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/8596. Acesso em: 5 jan. 2024.

PATEMAN, Carole. The sexual contract. Stanford: Stanford University Press, 1988.

SOUZA, Hannah Guedes de. O ethos do Itamaraty: análise sobre a instituição e a socialização dos diplomatas. Espirales, Foz do Iguaçu, v. 2, n. 3, p. 43-70, dez. 2018. Disponível em: https://revistas.unila.edu.br/espirales/article/view/1442/1501. Acesso em: 25 set. 2023.

STANDFIELD, Catriona. Gendering the practice turn in diplomacy. European Journal of International Relations, Thousand Oaks, v. 26, n. 1, p. 140-165, set. 2020. DOI: https://doi.org/10.1177/1354066120940351 DOI: https://doi.org/10.1177/1354066120940351

TOMAS, Luah Batina. Prejudice, marriage and motherhood: national and international perceptions on the 1938 prohibition of women in Brazilian foreign service. 2020. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) – Instituto de Relações Internacionais, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. DOI: https://doi.org/10.11606/D.101.2020.tde-23032021-085455 DOI: https://doi.org/10.11606/D.101.2020.tde-23032021-085455

Published

2024-06-10

How to Cite

SOUZA, Jéser Abílio de; CORDEIRO, Ana Gabriela de Castro; SANTOS, Raquel Conceição. Habitus and Contract: Behind Gender Inequality in the Ministry of Foreign Affairs. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 29, n. 2, p. 1–20, 2024. DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n2e49146. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/49146. Acesso em: 22 jul. 2024.

Issue

Section

Articles

Funding data